domingo, 24 de abril de 2022

SERMÃO: O coração que Deus vê!

 

SERMÃO: O coração que Deus vê!

Sermão baseado em 1 Samuel 16.7b para a Igreja Daehan | MEP // 24.04.22. por Diego Gonçalves

LEITURA BÍBLICA:

“Porque o Senhor não vê como o ser humano vê. O ser humano vê o exterior, porém o Senhor vê o coração.

– (1 Samuel 16.7b, NVT)

(ILUSTRAÇÃO: uma conversa durante almoço com os professore sobre sul-coreanos procurarem cirurgia plástica na pálpebra; Padrão de beleza coreano: olhos grandes, nariz fino e arrebitado, queixo em v;)

INTRODUÇÃO

OBSESSÃO  POR APARÊNCIA

Nossa sociedade é obcecada pela aparência física. Uma das indústrias que mais crescem neste país é da cirurgia plástica. A busca por academias, clínicas de estética, novas dietas movimentam cada vez a indústrias de saúde e fitness. Não me entenda mal, sou totalmente a favor da aptidão física e de estar em forma. Mas parece que Deus tem um outro padrão.

DEUS TEM OUTRO PADRÃO

Quando Samuel estava procurando um homem para suceder Saul como rei de Israel, Deus disse a Samuel: 

“Não olhe para a sua aparência nem para a sua altura, porque eu o rejeitei. Porque o Senhor não vê como o ser humano vê. O ser humano vê o exterior, porém o Senhor vê o coração.”  

-(1 Samuel 16.7).

Considerando que o ser humano admira e supervaloriza as coisas externas,  que são visíveis aos olhos, Deus examina profundamente o interior do ser humano em busca de algo mais. O homem julga alguém com base na sua aparência, mas Deus avalia o coração.

O CORAÇÃO NO PENSAMENTO BÍBLICO

No pensamento bíblico, o coração é o órgão central que controla todas as atividades do ser humano. No sentido espiritual, é como se o coração fosse o útero da alma que é capaz de gerar o caráter. Bem… nós sabemos que existem apenas dois tipos de caráter: o bom e o mau! Geralmente, quando dizemos que alguém é um ‘bom caráter’, estamos elogiando atitudes como: essa pessoa é honesta, fiel, leal, integra, sincera, e coisas semelhantes a estas. Por outro lado, quando queremos nos referir a pessoas que possuem atitudes opostas às citadas acima, dizemos que a pessoa é um mau caráter.

O teólogo e pastor Bill Hybels define que: “caráter é a soma total dos nossos hábitos, virtudes e vícios”; por definição, todos temos caráter! Nossas atitudes revelam um bom caráter ou um mau caráter. Ainda se tratando de definições, um ditado popular diz que “Pensamentos tornam-se ações, ações tornam-se hábitos, hábitos tornam-se nosso caráter, e o caráter torna-se nosso destino”. Dessa forma, quando falamos de caráter, não nos referimos apenas a ações esporádicas, como um momento de bondade, ou um momento de honestidade.  Quando falamos de caráter falamos de hábitos, constância.

O mesmo Bill Hybels, em seu livro “Quem é Você Quando Ninguém Está Olhando?”, afirma que um sábio disse: “Caráter é o modo como agimos quando ninguém está olhando”. Essa definição é confrontadora! Obviamente, a expectativa da frase é que entendamos que devemos ser, pensar e agir publicamente da mesma forma que somos, pensamos e agimos no privado. Ou seja, a moral da história é que o nosso caráter é revelado nos bastidores. 

—————

A CHAMADA DE DAVI

Agora, no texto bíblico que lemos, nos é apresentado a história de um homem que foi chamado lá dos bastidores. Ele era um pequeno e magro pastor de ovelhas que, em pouco tempo, se tornaria rei de Israel! Este pastorzinho chamado Davi estava com o seu coração calibrado. Suas contas com Deus estavam em dia. E ele era o homem que o profeta Samuel procurava e encontrou para suceder o Rei Saul. Mesmo que, inicialmente, sua aparência fosse de um homem fracote, a Escritura diz que ele se tornou um poderoso guerreiro, um general valente, um líder inspirador e um talentoso músico e escritor de salmos. Apesar de Deus saber antecipadamente de todo seu currículo, desde o começo, o que mais impressionou Deus sobre Davi foi o seu coração. 

Deus disse:

“Achei Davi, o filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade.”

– (Atos 13:22)

Minha gente… se de um lado, temos Davi permitindo seu coração ser moldado conforme a vontade de Deus… Do outro lado, temos o Deus que se interessa mais pelo caráter  e pela integridade de Davi do que sua aparência e atributos físicos. Essa é uma combinação perfeita… De um lado, há um Deus que procura pureza e integridade de coração, de outro lado, há um homem que se deixa ser moldado pela vontade de Deus!

DESENVOLVIMENTO

Agora, gostaria de encorajar você e eu a desenvolvermos um coração para Deus, como Davi fez! Mas antes de examinarmos como fazer isso, vamos identificar algumas coisas que podem destruir um coração para Deus.

I. Que coisas que podem destruir um coração para Deus?

Nosso coração físico é muito forte. É o motor mais forte e mais poderoso do mundo, e ele tem o tamanho do seu punho e não pesa mais que uma latinha de refrigerante! Agora, o nosso coração espiritual, conhecido como alma, é muito frágil. Ele é suscetível a todos os tipos de doenças malignas e influências que podem comprometer sua integridade. 

É por isso que o sábio escritor de Provérbios disse: “De tudo o que se deve guardar, guarde bem o seu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Prov. 4:23).

A saúde do seu coração espiritual deve ser protegida para afastar essas doenças destrutivas. E quais são elas?

  1. Vanglória

A vanglória surge ao se gabar exageradamente de certas realizações. Ela domina o nosso coração, inchando-o com falsos elogios, fazendo com que digamos: “Esse cara sou eu” … “Olha só as minhas realizações!” … “Olha o que eu fiz”… Geralmente, a vanglória se apresenta cheia de vaidade e presunção. 

Agora, o outro lado da moeda da vanglória, que se chama autocomiseração, também merece ser apontado. John Piper compara essas duas características em seu livro Em Busca de Deus, ele diz:

“A vanglória é a resposta do orgulho ao sucesso.
A autocomiseração é a resposta do orgulho ao sofrimento.

A vanglória diz: “Mereço ser admirado pois alcancei muito”.
A autocomiseração diz: “Mereço ser admirado pois sofri tanto”.

A vanglória é a voz do orgulho no coração dos fortes.
A autocomiseração é a voz do orgulho no coração dos fracos.

A vanglória aparenta autossuficiência.
A autocomiseração aparenta altruísmo.”

– “em Busca de Deus, de John Piper”

Geralmente, a vanglória é evidente, mas a autocomiseração é mais sutil. A vanglória surge de um ego inflado, a autocomiseração surge de um ego ferido. A pessoa com vanglória se gaba, tem autoestima elevada e supervalorização de si mesmo! Enquanto que, quem fica se remoendo em autocomiseração está infeliz porque seu valor está passando despercebido. Ela diz: “Não recebi aquilo que mereço. Mereço mais. Ninguém me trata de acordo com o meu valor”. 

Portanto, com vangloria ou com autocomiseração, ambas características são pecados perigosos, enganosos e que endurecem o coração. As duas coisas estrangulam a fé, sugam a esperança, matam a alegria, sufocam o amor, alimentam a raiva e roubam qualquer desejo de servir os outros. 

Elas são um tipo de pecado perigoso porque abrem a porta do coração para outros pecados, como fofocas, difamação, gula, abuso de substâncias, pornografia e o consumo frenético de entretenimento, só para dar alguns exemplos.”

Mas além da vangloria e de sua rival autocomiseração, o egoísmo também deseja destruir um coração para Deus!

B. Egoísmo

O egoísmo encolhe nosso coração deixando espaço apenas para três coisas – eu, eu e o meu. O egoísmo é um tipo de comportamento que leva o indivíduo a olhar apenas para as suas opiniões, interesses e necessidades, desprezando as necessidades alheias. Em que caracteriza isso? Acredito que se caracteriza como pecado de idolatria. O Timothy Keller diz que a: “Idolatria é amar qualquer coisa mais do que a Jesus Cristo.”

O catecismo deste domingo também nos responde sobre o que é idolatria! Agora, há um outro livro que toca no tema, cujo título é: “um ídolo chamado eu”. O argumento desse autor é bem simples. Ele diz: “todos neste lugar, cada um de nós, adora ídolos e o principal deles é você mesmo!” Ou seja, nosso coração tende a ser uma fábrica de ídolos, colocando a nós mesmos no centro de toda idolatria. 

Por isso, o egoísmo deve ser tratado não como desvio de caráter, mas como pecado de heresia, porque o egoísmo é a própria antítese de tudo que Jesus ensinou ou exemplificou. E assim como a vanglória e a autocomiseração, o egoísmo produz sementes que dão origem a todas as outras heresias imagináveis. Em próximo lugar, ao lado da vangloria e do egoísmo vem a preguiça. 

C. Preguiça

A preguiça destrói o nosso coração trazendo sequidão de alma. A preguiça produz apatia, vagabundagem espiritual e indisposição para servir. 

A propósito, acredito que somos estamos vivendo um tempo da maior preguiça de devoção que já houve nessa terra. A situação está tão crítica que quando alguém faz o mínimo que deveria fazer, como cristão — tipo, meditar na Palavra e orar diariamente, por exemplo — a pessoa é louvada como sendo “super espiritual”! 

Vejo que chegamos a um ponto em que justificamos, aceitamos e, até, apoiamos a negligência espiritual em nome do comodismo, tudo em nome da “leveza”. Mas essa leveza está nos matando! Sei que isso é forte, mas é verdade. A busca pela leveza, como um ideal de vida e um fim em si mesmo, está nos deixando mais preguiçosos e indisciplinados espiritualmente. 

Na verdade, a falta de disciplina está matando (silenciosamente) a nossa devoção, a nossa adoração e as nossas afeições espirituais. Ao que parece, não queremos Deus, queremos conforto e, talvez, no fim das contas, o conforto seja o nosso verdadeiro deus e ídolo!

A vanglória, o egoísmo e a preguiça destroem um coração para Deus. Por isso elas devem ser chamadas de pecado!

D. Pecado

No catecismo da semana passada, Oswald Chambers disse: “O pecado é uma relação fundamental; não é fazer a coisa errada; é ser errado, ser, deliberada e enfaticamente, independente de Deus.”

A cruel verdade é que o pecado endurece o coração para as coisas que realmente importam na vida. E um coração endurecido pelo pecado se torna sujo como os pulmões de um fumante… cada vez mais, distanciando-se de sua fonte de vida, que o próprio Deus.

E. Estresse

Esse carinha chamado estresse tem destruído muitos corações, colocando exigências desnecessárias sobre ele. O estresse se manifesta de várias maneiras. Você está sobrecarregado, irritável, irado, ansioso, temeroso, preocupado, encontrando dificuldades para se concentrar, tendo dificuldade em tomar decisões ou tendo muitas dores de cabeça? 

Você se sente constantemente cansado, tem tido problemas para dormir ou talvez tem evitado totalmente o contato com as pessoas e se isolado completamente? Esta não é uma lista exaustiva e qualquer pessoa que tenha se identificado deve procurar aconselhamento médico apropriado. Mas eu posso adiantar que você precisa descobrir o que anda dominando você. 

Uma pergunta pertinente que eu devo fazer a você é: A quem você serve: O Deus vivo ou a sua lista de tarefas?

ILUSTRAÇÃO: Imagine que você está no consultório médico para um exame cardíaco. Alguma dessas doenças cardíacas seria detectada? Alguma dessas doenças está impedindo você de viver para Deus? 

II. Como desenvolver um coração para Deus

Desenvolver um coração para Deus não é tão difícil quanto pode parecer. Envolve preocupar nosso coração com as preocupações do coração de Deus. Devemos desenvolver as qualidades que valem a pena ter em nossas vidas. A fim de desenvolver um coração para Deus, com base na vida de Davi, daqui pra frente, pretendo apresentar uma cura ou um remédio para as doenças que acabamos de discutir.

A. Seja humilde apesar do sucesso

Sem dúvida, Davi foi bem-sucedido. A Bíblia diz que ele “…continuou a ser bem-sucedido em todas as suas atividades porque o Senhor estava com ele” (1 Sam. 18:14). 

Davi aparece em cena, pela primeira vez na Bíblia, para confrontar e derrotar o gigante Golias. Depois, ele aparecendo a frente do exército de Saul, sendo bem-sucedido em todas as batalhas que Saul o enviava para lutar (1 Sam. 18:5). 

Na verdade, Davi foi tão bem-sucedido que o povo cantava músicas para ele: “Saul matou seus milhares, mas Davi dezenas de milhares” (1 Sam. 18:7). O sucesso de Davi deixou Saul louco de ciúme e inveja. No entanto, aprendemos com Davi que o sucesso não precisa subir pra cabeça. Alguém pode ser bem-sucedido e ainda ter um coração para Deus. Mas, para evitar que o sucesso afaste Deus do coração, ele deve ser mantido sob controle. O remédio pra isso se chama humildade. E quero dizer que ter humildade é simplesmente reconhecer a graça e a misericórdia de Deus. Quando se trata de sucesso e realização, a humildade reconhece de onde vêm essas coisas. Em uma oração, Davi disse: “Tu salvas o povo humilde, mas, com um lance de vista, abates os orgulhosos” (2 Sam. 22:28).

Talvez, o teste final de um coração para Deus seja a resposta para essa pergunta: Como você lida com o sucesso?

Saiba que o maior teste do nosso caráter não é a adversidade, mas a prosperidade. Por exemplo, quando as coisas estão indo bem, você ora com qual frequência? Quando você está desfrutando de promoções e bônus, você reconhece Deus como a fonte definitiva dessas bênçãos?

B. Esteja atento ao Senhor

Davi é conhecido por muitas coisas, mas um de seus maiores feitos foi ter escrito muitos Salmos. Muitos desses salmos provavelmente foram escritos quando ele se estava sozinho na encosta da Judéia cuidando de seu rebanho de ovelhas. São palavras expressivas que direcionam sua atenção para seu Pai Celestial. Como diz um Salmo que ele escreveu: “Louvem comigo a grandeza do Senhor, e todos juntos lhe exaltemos o nome.” (Salmo 34:3). 

Davi sempre consultava ao Senhor, esse era o resumo da vida dele. (2 Sam. 21:1). Assim, Davi nos ensina que o remédio para o egoísmo é a exaltação de Deus. Enquanto o egoísmo encolhe o coração, a exaltação de Deus expande o coração. Ou seja, quando eu exalto a Deus eu crio espaço para Deus. Quando eu exalto a Deus, eu esvazio o coração das coisas desnecessárias da vida.

APLICAÇÃO: Você tem exaltado ao Senhor? Quem ou o que que você está adorando?

C. Esteja disponível ao Senhor

Davi serviu a tempo e a fora de tempo, de todo o coração ao Senhor, nos bons e maus momentos, em tempos fáceis e tempos difíceis. Eu acredito que o melhor remédio para a preguiça é o servir. Servir a Deus e servir aos irmãos.

Se antes a preguiça secou o coração, agora, servir ao Senhor abrirá uma comporta de águas vivas que trarão vida, alegria, poder ao seu coração e e uma nova devoção a Deus.

ILUSTRAÇÃO: 

Um homem conta a história de um velho poço que sua família usava durante as férias de verão na zona rural de uma certa cidade. A água estava sempre fria, pura e refrescante, e nunca secou, mesmo nas piores secas de verão. Quando outras vizinhos eram forçados a ir ao lago buscar água, a família desse homem só tinha que sair pela porta da frente para o antigo poço,  que fielmente lhes dava seu refresco frio e claro. Os anos se passaram e a família decidiu modernizar a casa de férias. A eletricidade e o água encanada deram lugar as lâmpadas de querosene e o antigo poço daquela casa. O poço foi coberto com um tampão de cimento, para ter uma reserva caso surja a ocasião. Alguns anos se passaram, e um dia houve grande crise hídrica naquela cidade. Quando o homem destampou o poço,  ficou chocado ao descobrir que o poço havia secado. Ele se perguntava o que teria acontecido. 

Mais tarde ele aprendeu que esse tipo de poço é abastecido por centenas de pequenos riachos subterrâneos. Conforme a água é extraída do poço, mais água fluí para ele através dos riachos, mantendo-os canais abertos e claros. Agora, caso a água não fosse extraída, era o contrário disso, o poço entope e fecha.

APLICAÇÃO

Nosso coração é muito parecido com isso. Seca por dentro se a água viva de Deus não fluir nele. E é apropriado dizer que o que faz o coração secar não é a ausência do Espírito de Deus, mas o desuso da adoração a Deus. Ou seja, se não nos entregarmos de coração em servir a Deus e aos irmãos,  isto é,  se não formos transbordamos dessa água no poço do nosso coração, acabaremos nos tornando secos e ocos por dentro! Não sei sobre você, mas eu não quero me tornar seco! Quero ser um manancial! Quero que do meu coração flua rios de aguas vivas! Quero que as águas claras que jorram do trono de Deus, inundem a minha vida! 

Alguém, alguma vez disse: “Deus quer nossa disponibilidade antes de querer nossa capacidade.” Acredito que, na verdade, Ele quer os dois. Mas o fato é que ele não pode usar nossa habilidade sem que tenhamos nos disponibilizado a Ele. 

APLICAÇÃO: Você já se disponibilizou para Deus? Você está se apresentando para servir a Deus e aos irmãos? Você quer ser usado por Deus? Então…

D. Arrependa-se dos pecados

Eu amo a Bíblia por muitas razões. Mas uma razão em particular, é que ela não encobre os pecados ou falhas de ninguém. Davi não é exceção. Davi era um grande pecador. Cometeu pecados horríveis de serem ditos na presença de crianças na sala. Por outro lado, ele também foi um grande arrependido. Ele confessou: “Pequei contra o Senhor” (2 Sam. 12:13). O Salmos 51 é sua declaração confessional. Ele pecou, mas queria desesperadamente não pecar.

Da vida de Davi, aprendo que não é preciso ser perfeito para ter um coração para Deus. Mesmo que você seja um grande pecador, ainda sim pode ser dedicado a Deus. Mesmo que você tenha um passado horrível, ainda sim pode ser usado por Deus. Nós vamos pecar. Isso é fato. O pecado nos separa de Deus. Suja, mancha e endurece nosso coração. Mas temos um remédio para o pecado: é o arrependimento. 

O arrependimento ocorre não apenas sentindo pena do pecado, mas quando nos afastamos do pecado.  Não se pode se arrepender e continuar pecando. A renúncia ao pecado tem que ocorrer. Não preciso perguntar se há pecado na sua vida. A questão é: você está se afastando do seu pecado? Você está se arrependendo do pecado conhecido?

Davi orou: “Deus, cria um coração limpo para mim e renova um espírito firme dentro de mim” (Salmo 51:10). Ele queria um coração que estivesse limpo diante de Deus. Isso representa um indivíduo que dedica sua vida a Deus.

E. Confie em um Salvador

Davi experimentou estresse constante. Durante grande parte de sua idade adulta mais jovem, ele foi perseguido por Saul, que procurou matá-lo. Ele se tornou o rei de uma nação que enfrentou guerras, gigantes, problemas, fome, só para citar alguns. Seus problemas familiares eram horríveis. A rivalidade inicial que teve com seus irmãos, ali na presença de Samuel, parece nada em comparação com o drama estressante com seus filhos. 

O estresse realmente quebra até mesmo o mais resistente dos corações. Mas Davi tinha um remédio – Confiar no Deus vivo! Este foi é o segredo da sua vida. Uma das canções mais bonitas que ele compôs é: 

“O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza, o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo em que me refugio; o meu escudo, a força da minha salvação, o meu alto refúgio. Ó Deus, tu me salvas da violência. Invoco o Senhor , digno de ser louvado, e serei salvo dos meus inimigos.”  

(2 Sam. 22:1-4).

A maneira básica de Davi lidar com os problemas e frustrações da vida era: “Eu oro. Eu confio. Eu continuo andando e amando o meu Senhor.”

APLICAÇÃO: E você? Como você resiste ao teste das batalhas da vida? Você fica estressado ou confia em Deus? Saiba que as batalhas da vida virão. Tenha certeza disso. Mas use-as para aproximar seu coração do Salvador. 

O grande missionário Hudson Taylor que serviu na China escreveu: “Não importa o quão grande seja a pressão. O que realmente importa é se a pressão te afasta de Deus ou te pressiona para mais perto do coração dele.” 

Em conclusão, a pressão da vida está atraindo você para o Salvador ou te afastando dele?

Que você se aproxime cada vez mais do Senhor!

Deus te abençoe!


domingo, 17 de abril de 2022

Buscando a Jesus, desesperadamente!

Hoje, pretendo olhar para a ressurreição através dos olhos de um grupo de mulheres. Eram mulheres da Galiléia. Familiarizadas com Jesus. Discípulas de Jesus. 

Elas aparecem demonstrando amor, cuidado, afeto e confiança no Senhor em várias situações da vida e do ministério de Jesus. Realmente, elas são um grupo especial, e pra nós, hoje elas serão a janela através da qual olharemos para a ressurreição. 




Vamos ler os dez primeiros versículos do capítulo 28 de Mateus.

TEXTO BÍBLICO:

1. Passado o sábado, no começo do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o túmulo. 2. E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu e, aproximando-se, removeu a pedra e sentou sobre ela. 3. O aspecto dele era como um relâmpago, e a sua roupa era branca como a neve. 4. E os guardas, com medo do anjo, tremeram e ficaram como se estivessem mortos. 5. Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: — Não tenham medo! Sei que vocês procuram Jesus, que foi crucificado. 6. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Venham ver onde ele jazia. 7. Agora vão depressa e digam aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vocês para a Galileia; lá vocês o verão. É como acabei de dizer a vocês. 8. E, retirando-se elas apressadamente do sepulcro, tomadas de medo e grande alegria, correram para anunciar isso aos discípulos. 9. E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse:   — Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram os pés dele e o adoraram. 10. Então Jesus lhes disse:   — Não tenham medo! Vão dizer aos meus irmãos que se dirijam à Galileia e lá eles me verão.

— (Mateus 28. 1-10, NAA)

Vamos ler mais uma vez somente a parte b do versículo 5:

“(…) Não tenham medo! Sei que vocês procuram Jesus, que foi crucificado.”

INTRODUÇÃO

O título que pensei em dar a essa mensagem de é “Buscando a Jesus, desesperadamente!” A primeira pergunta que fiz a mim, e agora faço a você  é: Quão bem isso te descreve neste dia? Alguma vez você já se sentiu desesperado em buscar Jesus?

Antes de prosseguirmos, permita-me definir o que é estar desesperado por Jesus. Modestamente, em minha opinião, estar desesperado por Jesus significa procurá-lo de todo o coração. 

Uma vez, Deus disse em Jeremias 29.13: 

Vocês me buscarão e me acharão quando me buscarem de todo o coração.”

— (Jeremias 29.13)

Repare no que o anjo disse as mulheres do texto que acabamos de ler: “Sei que vocês procuram Jesus!” Vamos aprofundar este enunciado!

Sei que vocês procuram Jesus!

Perceba uma coisa: Jesus já havia sido morto naquela cruz! E estas mulheres sabiam disso porque foram testemunhas oculares da Sua morte. Elas viram quando o Salvador deu seu último expiro! Mesmo quando todos os outros discípulos – homens supostamente de força e coragem – fugiram de medo, estas mulheres permaneceram diante dEle e seguiram com Ele até ao seu sepultamento. Constatamos isso quando lemos o versículo 61 do capítulo 27. Este texto indica que Maria Madalena e a outra Maria estavam sentadas em frente ao túmulo quando Jesus estava sendo colocado lá. Ali, elas ficaram até o entardecer.

Agora, no versículo 1 do capítulo 28, ja é domingo e vemos quando elas chegam para visitar o túmulo. Mateus deixa bem claro que isso era tudo o que elas tinham em mente; elas só queriam visitar o túmulo onde seu amigo Jesus estava sepultado. Até aqui, nenhum pensamento de ressurreição foi indicado. Na verdade, a ressurreição nem era assunto cogitado por elas. Pois, quando elas vieram visitar o túmulo, vieram apenas com a finalidade de trazer “especiarias para ungir o corpo do seu amigo Jesus.” (cf. Mc 16.1). O registro de Marcos indica também que elas nem sabiam se conseguiriam  encontrar algum homem forte para ajudar na remoção da pedra que trancava o túmulo, para que, feito isso, elas pudessem entrar no sepulcro e realizar a unção no cadáver de Jesus. (cf. Mc 16.3). Em outras palavras, elas foram até a tumba sabendo que eram incapazes de remover a pedra, entretanto, crendo de coração que pudessem encontrar alguém forte que pudesse ajudar. 

Tal atitude, indica que essas mulheres realmente gostavam de Jesus. Elas simpatizavam com Ele. Jesus havia sido um amigo doce e gentil para elas. E mais do que isso: Ele foi um mestre que as ensinava sobre Deus, sobre a verdade de Deus e sobre o reino de Deus. Além disso, Ele perdoou os pecados delas também. Elas sabiam que as palavras de perdão não eram vazias. Elas realmente foram libertas. Por isso, elas foram até o sepulcro para retribuir o amor, cuidado e carinho que Jesus manifestou a elas. Assim, elas vieram até Jesus, motivadas de compaixão e gratidão para ungir o Corpo sofrido do Mestre, através de um último ato de amor e adoração.

Me permita fazer um comentário adicional: Paulo, ao escrever aos coríntios em 1 Co 13: 13 disse que fé, esperança e amor caminham juntos, porém “…o maior deles é o amor.” Mesmo que a fé e a esperança dessas mulheres não estivesse em um dia, realmente, o amor que elas sentiam por Jesus ainda prevalecia! Realmente, o amor é forte!

Dado a introdução, vamos nos ater um pouco mais sobre este texto para aplicá-lo em nossa vida. Gostaria de pontuar três aspectos, sobre o desespero de buscar à Jesus, na vida dessas mulheres.

Primeiro aspecto: Buscar desesperadamente Jesus significa colocar Cristo em primeiro lugar. Segundo aspecto: Buscar desesperadamente Jesus significa não deixar nada atrapalhar nosso caminho em direção a Ele. E terceiro aspecto: buscar desesperadamente Jesus significa obedecer alegremente aos mandamentos de Deus.

DESENVOLVIMENTO

I. Buscar desesperadamente Jesus significa colocar Cristo em primeiro lugar (v. 1)

Logo no primeiro versículo, nosso texto diz: “quando começou a amanhecer”, isto é, antes do sol nascer, elas saíram de suas casas. Eles saíram enquanto ainda estava escuro para chegar ao túmulo à primeira luz do dia. 

Repare que essas mulheres vieram em busca de Jesus no primeiro momento possível que puderam. Se o dia anterior não fosse sábado judaico, com certeza, elas teriam ido pra lá. Assim que puderam, no domingo de manhã, partiram para o túmulo. Em outras palavras, essas mulheres colocam Jesus em primeiro lugar. Elas o colocam em primeiro lugar em seus pensamentos, primeiro em seus corações, primeiro em suas ações. 

Onde estavam os discípulos naquela manhã de domingo cedo? Em casa? Escondidos? Deprimidos na cama? Não sabemos! Mas sabemos que essas mulheres estavam em busca de Jesus. Para elas, nada poderia ser mais urgente, mais importante, mais precioso do que buscar Jesus. 

APLICAÇÃO: Todos os dias, quando você se levanta de manhã, a primeira coisa que você deve fazer é buscar a Cristo. Mas talvez você tenha deixado algo ficar no meio do caminho. Por isso, em segundo lugar, buscar desesperadamente Jesus significa não deixar nada ficar no seu caminho. 

II. Buscar desesperadamente Jesus significa não deixar nada ficar no seu caminho (vs. 2-6)

Muitas vezes, não buscamos Jesus como deveríamos porque nos deparamos com obstáculos. Quais são os seus? Creio que todos nós temos alguns. Talvez seja um dia corrido, agenda cheia, ou algum fardo, algum pecado, alguma dificuldade que esteja enfrentando. Quaisquer que sejam os obstáculos, quando se trata de buscar a Cristo, não devemos deixar que nada fique em nosso caminho.

As mulheres que vieram ao túmulo de Jesus naquela primeira manhã de Páscoa tiveram que enfrentar alguns obstáculos. 

Em primeiro lugar, havia muitos visitantes na cidade. Gente de todo tipo. Vieram para a principal festa judaica. Ladrões e salteadores se aproveitavam dessa situação. Vale lembrar que o próprio Barrabás estava a solta. Entretanto, este perigo não foi empecilho para elas. Elas enfrentaram qualquer medo e atravessaram o caminho, em busca de Jesus.

Em segundo lugar, a perseguição aos cristãos estava no auge. Não era nada seguro para um seguidor de Jesus Nazareno andar pelas ruas da cidade. 

Em terceiro lugar, haviam os guardas. Os líderes judeus obtiveram permissão de Pilatos para colocar os guardas no túmulo. Para o caso dos discípulos intentarem roubar o cadáver e fingir que Jesus havia ressuscitado dos mortos. 

Então, em quarto lugar, havia a própria pedra. O túmulo de Jesus ficava dentro de uma rocha, e a entrada estava fechada com uma grande pedra. Como vimos anteriormente, essas pedras eram muito pesadas. Para removê-las era necessário um número de homens bons e fortes para rolar a pedra e descobrir a entrada.

Então, essas mulheres enfrentaram grandes obstáculos para irem em direção à Jesus naquela primeira manhã de Páscoa. Porém, elas não deixaram que nenhum desses obstáculos as impedissem de seu objetivo. Eles estavam procurando desesperadamente Jesus, e quando se está procurando desesperadamente Jesus, nada pode ficar no seu caminho.

Repare que quando alguém se concentra em buscar à Jesus, em vez de se concentrar na dificuldade de enfrentar os obstáculos em seu caminho, Deus tem uma maneira maravilhosa de remover os obstáculos para você. 

Vamos olhar para os versículos 2-4: 

“2. E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu e, aproximando-se, removeu a pedra e sentou sobre ela. 3. O aspecto dele era como um relâmpago, e a sua roupa era branca como a neve. 4. E os guardas, com medo do anjo, tremeram e ficaram como se estivessem mortos”.

— Mateus 28. 2-4

Bastou um anjo de Deus e todos os obstáculos foram removidos. E não era qualquer anjo! Mateus nos diz que “sua aparência era como um relâmpago”. Isso significa que havia uma luz ofuscante brilhando do seu rosto e corpo. Mateus também diz: “que as roupas do anjo eram tão brancas quanto a neve.” 

ILUSTRAÇÃO: Em 2009 estive na Rússia. Um dia, muita neve caiu do céu e cobriu todo o chão. Era meu primeiro contato com a neve. Foi lindo. Ao meio-dia, porém, o sol brilhante surgiu dentre as nuvens e refletiu fortemente na superfície da neve, quase que cegando meus olhos. Foi uma experiência inesquecível. 

Do mesmo modo, acredito que esta era a aparência deste anjo bíblico: ofuscante e deslumbrante. Ele foi enviado diretamente por Deus no céu, e veio queimando com a majestosa glória dAquele cuja presença ele havia vindo. 

As Escrituras dizem que essa experiência foi visão aterrorizante. Mateus nos diz que a aparição angelical veio acompanhada por um violento terremoto. Mas não foi sobre um terremoto natural. Não era sobre as placas tectônicas se deslocarem sob a crosta da terra ou sobre pressões subterrâneas serem liberadas para a superfície. Mateus diz que o terremoto foi causado especificamente pelo anjo descendo do céu. A vinda deste anjo marcou uma intrusão no mundo físico pelo mundo espiritual. 

Encontramos em Mateus 27. 51-54, assim que Jesus expirou, no episódio da Crucificação de Jesus, algo parecido. 

Agora, no episódio da Ressurreição, um anjo brilhante e aterrorizante desce do céu. Há um terremoto violento. Tudo está tremendo. Um anjo sozinho rola aquela pedra pesada para fora do caminho e se senta sobre ela. Para nós, seguidores de Jesus e leitores da Escritura, esse texto apresenta uma visão muito bem-humorada. O anjo desobstrui o obstáculo e que ainda se senta sobre ele.  

Porém, Mateus nos diz que os guardas não acharam essa cena nada engraçado: Eles “ficaram com tanto medo dele que caíram desmaiados, como se estivessem mortos.” (v.4)

Se todos eles desmaiaram ou estavam apenas se fazendo de mortos, quem sabe? Mas deve ter sido uma visão e tanto, todos esses guardas espalhados como cadáveres sem vida no chão. 

Há uma ironia aqui no versículo quatro que eu gostaria que você visse comigo:

Primeiro, o chão tremeu com o terremoto. Então, os guardas tremeram de medo. Depois Jesus ressuscitou dos mortos. Então os guardas se tornaram como homens mortos. Por isso, acredito e defendo que há um senso de humor divino neste relato de Mateus. 

Prosseguindo, no versículo 5, este anjo fala às mulheres: “Não tenham medo! Sei que vocês procuram Jesus, que foi crucificado”. (v.5)

Você percebe que o anjo nem se dirigiu aos guardas. Ele simplesmente os deixou caírem no chão. Mas, às mulheres, o anjo diz: “Não tenham medo!”. De forma muito tranquila, ele diz: “eu sei que vocês procuram por Jesus.” 

A palavra traduzida como “procuram” é sinônimo da palavra “buscar“. Assim, essas mulheres não precisavam temer, porque vieram em busca de Jesus. 

APLICAÇÃO: Você está em busca de Jesus? Então, você não precisa sentir medo. Hebreus 1.14 diz: “Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” Neste sentido, se você está procurando Jesus, então Deus está do seu lado, e os anjos de Deus também estão do seu lado.

Agora, repare que o anjo identifica Jesus como alguém que foi crucificado – “Vocês estão procurando Jesus que foi crucificado”.

Perceba mais uma vez que essas mulheres não vieram à procura do Jesus ressuscitado. Eles ainda estavam procurando o Jesus crucificado. Elas ainda não entendiam tudo o que precisavam saber sobre Jesus, entretanto, continuavam procurando por ele. Tal como as mulheres, você também pode ainda não entender tudo sobre Jesus como gostaria de saber. Tudo bem! Continue seu caminho procurando por ele! Pois, para essas mulheres que buscavam Jesus, o anjo traz a notícia: “Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Venham ver onde ele jazia.” (Mateus 28: 6)

Quando lemos “Ele ressuscitou, como tinha dito!” Podemos perceber uma pitada de repreensão gentil nessas palavras ou, no mínimo, um lembrete. Jesus disse repetidamente a seus seguidores que morreria e ressuscitaria no terceiro dia. Mas tudo indica que seus discípulos não se lembravam das palavras de Jesus.

Mas neste momento não importa mais. O anjo anuncia graciosamente uma palavra às mulheres. “Jesus ressuscitou dos mortos. Venha e veja o lugar onde ele estava.” (vs. 6). As mulheres olham e veem que o corpo de Jesus não está mais lá. Elas vieram em busca de Jesus no túmulo, mas o túmulo está vazio. Cristo realmente ressuscitou!

Teria sido fácil para essas mulheres ficarem em casa naquela manhã. Olhe para todos os obstáculos que elas tiveram que enfrentar. Elas poderiam ter argumentado: “— De que adianta ir lá? Como passaremos pelos ladrões? Depois, pelos guardas? E a pedra? Quem removerá a pedra para nós?” Mas os obstáculos não as dissuadiram. Eles estavam desesperadas para chegar a Cristo e não deixaram nada ficar em seu caminho. Sim, teria sido fácil ficar em casa, se tivessem ficado, porém, veja o que elas teriam perdido!

Quais obstáculos estão no seu caminho para buscar a Cristo? É falta de fé? Então peça a Deus que lhe dê a fé que você precisa. É algum pecado na sua vida? Jesus morreu para perdoar seus pecados. Não deixe que o pecado fique no seu caminho de buscar Jesus. É orgulho? A Bíblia diz: “Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará.” (Tiago 4:10) Você está carregando algum fardo pesado? A Bíblia diz: “Lancem sobre ele todas as suas ansiedades, porque ele cuida de vocês.” (1 Pedro 5:7). Confie em Deus para rolar a pedra.

Assim, buscar desesperadamente Jesus significa colocar Cristo em primeiro lugar na sua vida e não deixar nada atrapalhar sua busca até Ele. E então, finalmente, buscar desesperadamente Jesus significa obedecer alegremente aos seus mandamentos.

III. Buscar desesperadamente Jesus significa obedecer alegremente aos seus mandamentos (vs. 7-10)

Agora, vamos prosseguir olhando para os versículos sete a dez. O anjo continua a se dirigir às mulheres: 

vão depressa e digam aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vocês para a Galileia; lá vocês o verão. É como acabei de dizer a vocês!”

— (Mateus 28.7) 

O anjo diz a elas para correrem até os discípulos e anunciarem que Jesus está vivo e que estará esperando encontrar eles lá na Galiléia. Mais uma vez, o anjo instrui as mulheres a lembrar os discípulos das palavras que Jesus havia dito (Mateus 26. 31-32). O anjo termina dizendo: “É como acabei de dizer a vocês”. O anjo cumpriu seu dever. Ele testemunhou a ressurreição de Jesus Cristo. Agora as mulheres também tinha o dever de testemunharem sobre o ocorrido. Elas foram comissionadas por Deus, através do anjo, de irem e contarem aos discípulos, rapidamente e sem demora. 

APLICAÇÃO: A mesma comissão se aplica a nós hoje. Cada pessoa que recebe as boas novas da Ressurreição de Jesus tem a obrigação de transmiti-las aos outros. É como se, ao compartilhar o Evangelho com outra pessoa, pudéssemos dizer como o anjo: “É como eu te disse. Vá! Agora é a sua vez.” (vs. 7).

E o que as mulheres fizeram? Olhe para o versículo 8: 

“retirando-se elas apressadamente do sepulcro, tomadas de medo e grande alegria, correram para anunciar isso aos discípulos.” 

— (Mateus 28.8)

O anjo disse a elas para irem depressa e as mulheres obedeceram com alegria. Elas se apressaram e correram para contar aos discípulos. Elas estavam com medo, e mesmo assim, estavam cheias de grande alegria.

Mateus fala algo muito interessante neste momento da narrativa que é difícil de entender na maioria das traduções para o português. Ele escreve que elas “se retiraram apressadamente do túmulo”. 

A palavra grega para sepulcro (mnémeion = μνημεῖον) que Mateus usa aqui no versículo 8 significa “monumento, memorial”. Ou seja, a palavra grega que ele usa aqui não é a mesma palavra que ele usa no versículo 1 (taphos = τάφον) para túmulo (local de sepultamento). 

Por que a diferença? As mulheres vieram procurar o lugar onde Jesus foi enterrado. Mas ele não estava enterrado lá! Ele ressuscitou dos mortos. E assim, o túmulo de Jesus não era mais um túmulo, mas era simplesmente um memorial! Apenas um lembrete do lugar onde o corpo de Jesus foi enterrado na noite de Sexta-feira Santa até a manhã de Páscoa. Agora, o túmulo estava vazio e se tornou um memorial! 

As mulheres deveriam correr para espalhar essa notícia.  Enquanto elas correm em obediência alegre para divulgar as boas novas, o próprio Jesus aparece no caminho, e as encontra. 

Vamos olhar para o versículo 9: 

“…Jesus veio ao encontro delas e disse: — Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram os pés dele e o adoraram.” 

— (Mateus 28.9)

Elas vieram em busca de Jesus e, finalmente, o encontraram. O Senhor a quem elas amavam, a quem haviam servido durante seu ministério terreno, a quem tinham visto crucificado, morto e enterrado, agora está diante deles, e elas caem a seus pés em adoração amorosa.

Minha gente, se já é incrível o suficiente ter um anjo falando com você, imagina agora, ter o próprio Jesus Cristo, ressuscitado, em seu encontro, falando diretamente à você! 

Vejamos Jesus se dirigindo a elas no versículo 10. 

Então Jesus lhes disse: — Não tenham medo! Vão dizer aos meus irmãos que se dirijam à Galileia e lá eles me verão. 

— (Mateus 28.10)

Jesus fala as mesmas palavras que o anjo, exceto por uma pequena diferença. Observe que Jesus se dirige aos discípulos como “meus irmãos“. 

Que alegria ter esse tipo de parentesco com nosso Senhor Jesus Cristo! Hebreus 2.11 nos diz que “Jesus não se envergonha de nos chamar de seus irmãos e irmãs.” Mais uma vez, estas são maravilhosas palavras de graça vindas diretamente da boca de Jesus. 

Enquanto isso, aqueles discípulos que eram competitivos, molengas no caminhar, com dificuldades para crer, abandonaram a Cristo e agora se amontoavam no esconderijo com medo da represália dos religiosos judeus. 

Embora tivessem essas falhas no caráter, e a despeito de não estarem em busca de Jesus como essas mulheres estavam, ainda assim Jesus ainda os chama de “meus irmãos”. Que Salvador maravilhoso é esse Jesus, nosso Senhor!

CONCLUSÃO: 

As mulheres que vieram em busca de Jesus na primeira manhã de Páscoa se tornaram as primeiras testemunhas da ressurreição de Cristo. Que experiência maravilhosa! Que privilégio maravilhoso! Mas isso nunca teria acontecido se elas não estivessem procurando desesperadamente Jesus.

O que significa procurar desesperadamente Jesus? Acredito que significa estas três coisas:

1) Buscar desesperadamente Jesus significa colocar Jesus em primeiro lugar. 2) Significa não deixar nada atrapalhar  seu caminho até ele. 3) Significa obedecer alegremente aos mandamentos de Deus.

Essas mulheres colocaram Jesus em primeiro lugar. Elas vieram procurá-lo logo no domingo de manhã após o sábado judaico. Elas não deixaram nada atrapalhar seu caminho até Jesus. Elas ignoraram os obstáculos dos ladrões, guardas e da pedra pesada. Elas obedeceram alegremente aos mandamentos de Deus. Elas correram para contar as boas novas aos discípulos e encontraram Jesus no caminho. Elas estavam procurando Jesus e O encontraram. Elas vieram olhar para um túmulo e contemplaram um memorial. Elas vieram com lágrimas e tristeza, e saíram alegres, tremendamente felizes. Elas vieram à procura de um Jesus crucificado e voltaram como as primeiras testemunhas do Senhor Jesus vivo!

MORAL DA HISTÓRIA:

Você nunca ficará desapontado/a quando buscar a Cristo em primeiro lugar, porque quando você O buscar assim, você O encontrará, e ele é tudo o que você poderia querer e precisar.

Lembre-se, é Deus que promete: “Vocês me buscarão e me acharão quando me buscarem de todo o coração.”

Deus te abençoe!

________________________________________

Todas as citações bíblicas são da Nova Almeida Atualizada, Edição Revista e Atualizada®, 3a edição. João Ferreira de Almeida, trans., (Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017), Mt 28.1–10.

7º sermão da série “Via Dolorosa: A história da Páscoa cristã” — baseado em Mateus 28. 1-10 para a Igreja Daehan | MEP // 17.04.22. por Diego Gonçalves


domingo, 10 de abril de 2022

A cruz de Jesus, o nosso pecado e a santidade de Deus!

 

Sermão: A cruz de Jesus, o nosso pecado e a santidade de Deus!

6º sermão da série “Via Dolorosa: A história da Páscoa cristã” — baseado em Mateus 27. 45-46; 50 para a Igreja Daehan | MEP // 10.04.22. por Diego Gonçalves

TEXTO BÍBLICO:

45 A partir do meio-dia, houve trevas sobre toda a terra até as três horas da tarde. 46 Por volta de três horas da tarde, Jesus clamou em alta voz, dizendo: 

— Eli, Eli, lemá sabactani? — Isso quer dizer: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” 

50 E Jesus, clamando outra vez em alta voz, entregou o espírito. 

-MATEUS 27. 45-46; 50

RESUMO:

Cristo morreu pelos nossos pecados. Jesus Cristo, o Filho eterno de Deus, tomou sobre si uma natureza humana e teve uma morte terrível em nosso lugar, sofrendo o que deveríamos ter sofrido, para pagar a pena pelos nossos pecados. Essa é a razão da cruz. 

CONTEXTO:

Após ser julgado no sinédrio pelos principais judeus (26. 57-68), Jesus é condenado por Pilatos no pretório romano (27. 11-26)! Antes de ir para o Gólgota, local conhecido como Lugar da Caveira (27.33), Jesus foi açoitado pelos soldados romanos de uma forma muito cruel (27.27-31). Não sabemos para onde os discípulos fugiram, exceto João que permanece junto as mulheres que seguiam Jesus Maria Madalena,  Maria mãe de Tiago e José, e Salomé esposa de Zebedeu e mãe de Tiago e João. 

INTRODUÇÃO:

A morte de Jesus Cristo foi o acontecimento mais marcante de toda a história. Séculos antes de ocorrer, ela foi predita em detalhes incríveis por vários profetas do Antigo Testamento. As Escrituras nos dizem que, durante a crucificação, o brilhante sol do meio-dia foi totalmente obscurecido até as 15 horas, mergulhando toda a terra na escuridão. 

No momento da sua morte, a cortina do templo judaico, que tinha 10 centímetros de espessura, que separava o Santo dos Santos, foi rasgada de cima a baixo por uma mão invisível. Um terremoto dividiu pedras e abriu tumbas próximas. Os santos mortos foram ressuscitados e saíram dos sepulcros, aparecendo mais tarde para o povo em Jerusalém. Três dias após sua morte Jesus ressuscitou e, durante um período de 40 dias, apareceu aos seus discípulos em várias ocasiões — em uma delas, para quinhentos de uma só vez. 

POR QUE A CRUZ?

Hoje, cerca de dois mil anos depois, a cruz é o símbolo universalmente conhecido da fé cristã. Elas estão estampadas em peças de roupas, adesivos de carro e até em peças de joalherias. Porém, na maioria dos casos, esses objetos são usados apenas pela beleza, por pessoas que não têm a mínima ideia do seu significado. Na época da morte de Cristo, no entanto, a cruz era um instrumento de incrível horror e vergonha. Era a punição mais miserável e degradante, dada apenas a escravos e pessoas de menor importância.

Se é assim, como foi possível que o Filho eterno de Deus, por quem e para quem foram criadas todas as coisas (cf. Cl 1.15-16), acabasse, em sua natureza humana, morrendo uma das mortes mais cruéis e humilhantes já inventadas pelo homem? Sabemos que a morte de Jesus na cruz não o pegou de surpresa, tanto que ele a predisse continuamente a seus discípulos (veja Lucas 18.31-33 para um exemplo). E, com sua crucificação iminente diante de si, Jesus mesmo disse: “Que direi eu? Pai, me salva desta hora? Não, pois foi precisamente com este propósito que eu vim para esta hora” (João 12.27). Jesus disse que veio para morrer. 

Mas por quê? Por que Jesus veio para morrer? Os apóstolos Paulo e Pedro nos dão a resposta em termos claros e concisos. Paulo escreveu: “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras”; e Pedro apontou: “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus” (1 Coríntios 15.3; 1 Pedro 3.18). 

Cristo morreu pelos nossos pecados. Jesus Cristo, o Filho eterno de Deus, tomou sobre si uma natureza humana e teve uma morte terrível em nosso lugar, sofrendo o que deveríamos ter sofrido, para pagar a pena pelos nossos pecados. Essa é a razão da cruz. 

O PECADO DE ADÃO

Nunca entenderemos a cruz se não começarmos a compreender algo da natureza e da profundidade do nosso pecado. E, para entender isso, temos de percorrer todo o caminho de volta até o Jardim do Éden. 

Ao colocar Adão e Eva no jardim, Deus impôs uma proibição simples sobre eles: não deveriam comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Não havia nada intrinsicamente mal naquela árvore. Deus poderia ter escolhido qualquer árvore do jardim. Nem a obediência era difícil. 

Muitos tipos de árvores do jardim eram agradáveis aos olhos e boas para comer. É difícil imaginar um teste mais fácil para Adão e Eva. Não comer do fruto proibido não envolvia nenhuma dificuldade, nenhum inconveniente, apenas simples obediência. No entanto, quando a Serpente questionou a bondade e a fidelidade de Deus, Eva cedeu e assim o fez Adão. E imediatamente começaram a pecar: Adão culpando Deus (“A mulher que tu me deste”); e Eva, a Serpente.

A queda de Adão deu origem não só à culpa, mas também à depravação ou corrupção moral. Agora, o homem que era totalmente receptivo à vontade de Deus, passou a se inclinar para o mal. Os teólogos se referem a essa persistente inclinação para o mal como o pecado original. Paulo a chamou de natureza pecaminosa (chamada de carne em algumas traduções da Bíblia). 

As consequências do pecado de Adão e Eva foram muito além do próprio banimento deles do jardim e da presença de Deus. Deus havia designado Adão como o cabeça ou representante legal de toda a raça humana. Consequentemente, sua queda trouxe culpa e depravação a todos os seus descendentes. Ou seja, todas as pessoas — exceto Jesus — nascem com uma natureza pecaminosa após Adão e Eva.

O NOSSO PECADO

A história segue ladeira abaixo a partir de Adão. Agravamos nossa condição com os nossos próprios pecados, uma vez que todos temos uma natureza pecaminosa corrupta. Pecamos todos os dias, consciente e inconscientemente, tanto de maneira voluntária quanto involuntária. Nós, crentes evangélicos, geralmente nos abstemos dos pecados mais grosseiros da sociedade; com efeito, tendemos a julgar aqueles que os praticam. Mas, sob a superfície de nossas próprias vidas, toleramos todos os tipos de pecados “refinados”, tais como o egoísmo, a cobiça, o orgulho, o ressentimento, a inveja, o ciúme, a justiça própria e o espírito crítico em relação aos outros. 

Além disso, raramente pensamos sobre as palavras de Jesus cujo maior mandamento é: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. […] O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22.37,39). 

Você alguma vez pensou sobre o que significa amar a Deus com todo o seu coração, alma e entendimento? Eu não acho que qualquer um de nós possa sondar plenamente a profundidade desse mandamento, mas aqui estão alguns aspectos óbvios: 

  • Seu o amor por Deus transcende todos os outros desejos (ver Êxodo 20.3);
  • Como Davi, você anseia contemplar a sua beleza e buscar comunhão com ele (ver Salmo 27.4); 
  • Você se alegra em meditar na sua Palavra e, como Jesus, você se levanta cedo para orar (ver Salmo 119.97; Marcos 1.35); 
  • Você sempre se deleita em fazer a vontade dele, independentemente de quão difícil possa ser (ver Salmo 40.8); 
  • Uma estima pela glória dele governa e motiva tudo o que você faz — seu comer e beber, seu trabalho e lazer, seu comprar e vender, sua leitura e fala — e, ouso mencionar isso, até mesmo a sua forma de dirigir (ver 1 Coríntios 10.31); 
  • Você nunca é desencorajado ou frustrado por circunstâncias adversas, porque está confiante de que Deus está trabalhando em todas as coisas para o seu bem (ver Romanos 8.28); 
  • Você reconhece a soberania de Deus em todos os acontecimentos da sua vida e, consequentemente, recebe tanto sucesso quanto fracasso da mão dele (ver 1 Samuel 2.7; Salmo 75.6-7); 
  • Você está sempre contente, porque sabe que ele nunca o deixará nem desamparará (ver Hebreus 13.5); 
  • A primeira petição na Oração do Senhor, “santificado seja o teu nome”, é a oração mais importante que você faz (ver Mateus 6.9).

Essa descrição do Grande Mandamento está obviamente incompleta, mas é suficiente para mostrar a todos nós quão lamentavelmente ineficazes somos em lhe obedecer.
Agora, veremos o que Jesus chamou de o segundo mandamento: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Entre outras coisas, isso significa: 

  • Você nutre pelo próximo o mesmo amor que tem por si mesmo; 
  • Em seu relacionamento com ele, você nunca de- monstra egoísmo, irritabilidade, mau humor ou indiferença; 
  • Você tem interesse genuíno pelo bem dele e procura promover seus interesses, sua honra e bem-estar; 
  • Você nunca se sente arrogantemente superior a ele, nem fala sobre as falhas dele; 
  • Você nunca se ressente de quaisquer erros que ele cometa contra você, mas, em vez disso, está sempre pronto a perdoar;
  • Você sempre o trata da forma como gostaria que ele o tratasse; 
  • Parafraseando 1 Coríntios 13.4-5, você é sempre paciente e bondoso, nunca é invejoso ou arrogante, nunca orgulhoso ou rude, nunca egoísta. Você não se irrita facilmente e, mesmo em sua mente, não guarda mágoas de injustiças cometidas contra você.

Você consegue compreender algumas das implicações do que significa obedecer a esses dois mandamentos? A maioria de nós sequer pensa sobre eles no decorrer de um dia, muito menos almeja lhes obedecer. Em vez disso, nos contentamos em evitar grandes pecados exteriores e em realizar os deveres cristãos de costume. E, no entanto, Jesus disse que toda a Lei e os Profetas se apoiam nesses dois mandamentos. 

Mesmo com relação aos chamados pecados graves, muitas vezes recorremos a eufemismos para atenuar a sua gravidade. Para investigarmos ainda mais a fundo, precisamos perceber que a nossa natureza pecaminosa afeta e contamina tudo o que fazemos. Nossas melhores obras estão manchadas pelo pecado. Por causa disso, nossos atos de obediência estão tão distantes da perfeição, imundos pelo pecado remanescente, que são como “trapo da imundícia” (Isaías 64.6) quando comparados à justiça que a Lei de Deus requer. 

Se limitarmos nossa atenção aos pecados isolados e negligenciarmos nossa natureza pecaminosa, jamais descobriremos quão profundamente infectados pelo pecado realmente estamos. A esta altura você pode estar pensando:

“Por que dedicar tanta atenção ao pecado? Ele só me faz sentir culpado. 

A minha razão é fazer com que todos percebamos que não temos nenhum lugar para nos esconder. Em nosso relacionamento com Deus, não podemos apelar para os nossos deveres cristãos, não importa quão úteis sejam, nem para a nossa moralidade externa, por mais exemplar que seja. Em vez disso, devemos confessar juntamente com Esdras que “nossas iniquidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa cresceu até aos céus.” (Esdras 9.6). 

Além disso, mesmo um senso penetrante e profundo de nossa pecaminosidade não capta a realidade da nossa difícil situação. Nossa necessidade não deve ser medida pelo nosso próprio senso de necessidade, mas por aquilo que Deus teve que fazer para atendê-la. Nossa situação era tão desesperadora que só a morte de seu próprio Filho, na vergonhosa e cruel cruz, foi suficiente para resolver o problema. 

Muitas pessoas erroneamente pensam que Deus somente pode perdoar nossos pecados porque é um Deus amoroso. Nada poderia estar mais distante da verdade. A cruz não só nos fala sobre o nosso pecado, mas também sobre a santidade de Deus.

A SANTIDADE DE DEUS

Quando refletimos sobre a santidade de Deus, significa, entre outras coisas, que ele é eternamente separado de qualquer grau de pecado. Ele próprio não peca e não é capaz de tolerar ou aceitar o pecado em suas criaturas morais. Ele não é como o conhecido avô complacente que dá uma piscada de olhos ou ignora a desobediência travessa de seu neto. 

Em vez disso, as Escrituras nos ensinam que a santidade de Deus responde ao pecado com ódio imutável e eterno. Falando claramente, Deus odeia o pecado. O salmista disse: “Os arrogantes não permanecerão à tua vista; aborreces a todos os que praticam a iniquidade” e “Deus é justo juiz, Deus que sente indignação todos os dias” (Salmo 5.5; 7.11, respectivamente). 

Assim, vemos que Deus sempre odeia o pecado e, inevitavelmente, expressa a sua ira contra ele. A cruz é, então, uma expressão da ira de Deus para com o pecado, bem como de seu amor por nós, tendo enviado seu Filho para sofrer a punição que tão justamente mereceríamos. Ela expressa a santidade de Deus em sua determinação para punir o pecado, mesmo à custa de seu Filho. 

Assim, em resposta à pergunta “Por que a cruz?”, devemos dizer que a santidade de Deus a exigiu como punição por nossos pecados, e o amor de Deus a providenciou para nos salvar deles. Não podemos começar a entender o verdadeiro significado da cruz, se não entendermos, pelo menos, o básico sobre a santidade de Deus e a profundidade do nosso pecado. 

E é a sensação contínua da imperfeição da nossa obediência que, decorrente da constante presença e poder do pecado remanescente, habita em nós e nos impulsiona cada vez mais como crentes a uma absoluta dependência da graça de Deus dada a nós por meio de seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo. 

À medida que consideramos a obra de Cristo por nós, precisamos ter em mente que o nosso pecado requereu isso. Pois, é somente contra o pano de fundo sombrio da nossa pecaminosidade que podemos ver a glória da cruz resplandecer em todo seu brilho e esplendor. E, conforme contemplamos a glória da cruz, descobriremos também que Cristo, em sua grande obra por nós, não apenas resolveu o problema do pecado, mas ainda nos garantiu as “insondáveis riquezas” do seu amor.

APLICAÇÃO: 

1. Leia Romanos 5.12-14. Como o pecado de Adão afetou você?
2. Leia Romanos 5.15-19. Como a morte de Cristo pagou pelo seu pecado? 

Deus te abençoe, 

Diego jondo

REFERÊNCIAS:

– O Comentário de Mateus, D.A. Carson

– O Evangelho para a Vida Real, Jerry Bridges


Da Genealogia para a Geografia - Mateus 2.19-23

 Da Genealogia para a Geografia - Mateus 2.19-23 INTRODUÇÃO: Mesmo que o Advento e o Natal tenham terminado, ainda temos uma passagem em n...