quarta-feira, 6 de abril de 2022

A esponja, o véu e a cruz! (Mateus 27.45-55)

A ESPONJA, O VÉU E A CRUZ!

Um estudo bíblico indutivo sobre Mateus 27. 45-55


TEXTO BÍBLICO: MATEUS 27. 45-55

45A partir do meio-dia, houve trevas sobre toda a terra até as três horas da tarde. 46Por volta de três horas da tarde, Jesus clamou em alta voz, dizendo: 

— Eli, Eli, lemá sabactani? — Isso quer dizer: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” 

47Alguns dos que estavam ali, ouvindo isto, diziam: 

— Ele chama por Elias. 

48E, logo, um deles correu a buscar uma esponja e, tendo-a embebido em vinagre e colocado na ponta de um caniço, deu-lhe de beber. 49Os outros, porém, diziam: 

— Espere! Vejamos se Elias vem salvá-lo. 

50E Jesus, clamando outra vez em alta voz, entregou o espírito. 

51Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes, de alto a baixo; a terra tremeu e as rochas se partiram; 52os túmulos se abriram, e muitos corpos de santos já falecidos ressuscitaram; 53e, saindo dos túmulos depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. 54O centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava, ficaram possuídos de grande temor e disseram: 

— Verdadeiramente este era o Filho de Deus. 

– Mateus 27. 45-55

 

v. 43 – O LUGAR DA CAVEIRA:

É uma sexta-feira de manhã em Jerusalém. Um dia quente de abril. O cheiro de morte está no ar. Uma notícia se espalhou por todos os cantos da cidade. Os romanos estão planejando crucificar alguém hoje.

Uma multidão se reúne no extremo norte da cidade. Do lado de fora do Portão de Damasco há um local chamado Gólgota ou Lugar da Caveira. Os romanos gostam dali porque a colina fica ao lado de uma estrada principal. Dessa forma, muitas pessoas podem assistir à crucificação.

Este dia parece qualquer outro, mas não é. Um homem chamado Jesus está sendo crucificado. A notícia se espalha como um incêndio. Muitos vieram para ver o desfecho final. Ninguém é neutro. Alguns acreditam, muitos duvidam, alguns odeiam.

v. 45 – ATÉ O SOL SE ENVERGONHOU!

A crucificação começou às nove horas em ponto. No começo, a multidão fazia muito barulho, como se estivessem em algum tipo de evento esportivo. Eles torciam, riam, gritavam e apostavam qual dos crucificados morreria primeiro.

– Parece que o homem no meio não vai durar muito! Diziam eles. Veja! Ele tomou uma surra! Ele foi severamente espancado. Sua costa está dilacerada. Seu rosto está machucado e inchado, seus olhos quase fechados. O sangue escorre de uma dúzia de feridas abertas. É uma coisa terrível de se ver.

Essa empolgação da multidão durou das nove às onze e cinquenta e nove da manhã. Pois, ao meio-dia, “uma escuridão invadiu aquele lugar”. Aconteceu tão de repente que ninguém esperava. Num instante, como num estalar de dedos, o sol desapareceu.

Não foi um eclipse, nem foi uma passagem de nuvens densas. Foi a própria escuridão, escuridão densa e escura que caiu como uma cortina black-out sobre a terra.

O barulho que antes era alto, agora silenciou! Ninguém mais se mexia. Ninguém mais falava. Pela primeira vez, até mesmo os soldados profanos pararam de xingar. Ninguém tinha a coragem de quebrar o silêncio sombrio do Lugar da Caveira.

Será que eles se lembraram do nona praga que Deus enviou ao Egito? (Êx 10.21-23)

A nona praga diz respeito a uma escuridão tão densa que sobreveio ao Egito, e por três dias, eles não conseguiam enxergar sequer a um palmo do nariz.

Porventura, se lembraram da décima praga? A praga que deu origem a Primeira Páscoa judaica? (Êx. 12. 29-30) A praga que exigia a morte do primogênito em cuja casa não havia o Sangue do Cordeiro nos umbrais da porta! O sangue do Cordeiro derramado significou a salvação da vida para alguns e a garantia da morte para outros!

Embora o silêncio fosse estarrecedor, não sabemos o que aquela multidão pensava!

Algo estranho estava acontecendo. Três longas horas se passaram. Do 12h00 até as 14h59 tudo permaneceu escuro.

Mas às 15:00, da mesma forma repentina que a escuridão veio, ela se foi. Muita gente esfregava os olhos pra tentar enxergar melhor o que tinha acontecido. O que se via era um semblante de pânico em muitos rostos, e de confusão em outros. Imagine um homem qualquer se inclinando para a pessoa ao lado e gritando: “Em nome de Deus o que tá acontecendo aqui?”

ABANDONADO

Todos os olhos se concentram naquela cruz do meio. Jesus está à beira da morte. O que quer que tenha acontecido naquelas três horas de escuridão o levou à beira da morte. Sua força está quase acabando, a luta está quase acabando. Seu peito se levanta a cada respiração, seus gemidos agora são apenas sussurros. Instintivamente, a multidão se esforça de perto para assistir seus últimos momentos.

De repente, ele grita. “Eli, Eli, lama sabactani?” As palavras são aramaicas, a linguagem comum da época. “Meu Deus, meu Deus, por que você me desamparou?”

Tire Os Sapatos

Muitos comentaristas concordam que nenhuma declaração de Jesus é mais misteriosa do que esta. O problema não é com as palavras. Mas o que eles querem dizer?

A história é contada de que o grande Martinho Lutero estava estudando este texto um dia. Durante horas, ele se sentou e olhou para o texto. Ele não disse nada, não escreveu nada, mas ponderou silenciosamente sobre essas palavras de Jesus. De repente, ele se levantou e exclamou: “Deus abandonado por Deus. Como pode ser?”

Na verdade, como pode ser? Como Deus pode ser abandonado por Deus? Como o Pai pode abandonar seu próprio Filho?

Ler essas palavras é andar em solo sagrado. E como Moisés diante da sarça ardente, devemos tirar os sapatos e pisar com cuidado.

O Que Essas Palavras Significam?

Deixe-me dizer francamente que está muito além da minha escassa capacidade de explicar completamente esse ditado de Jesus. Meu problema não é que eu não tenha tempo suficiente; eu tenho muito tempo. E no tempo que eu tiver, vou te dizer o que sei. Mas o que eu sei é apenas uma fração da história. Há mistérios aqui que nenhum homem pode explicar.

Vamos começar examinando algumas das explicações inadequadas que foram dadas à pergunta: O que essas palavras significam? Dizer que as seguintes ideias são “inadequadas” não é dizer que elas estão necessariamente erradas. É só para dizer que eles não contam toda a história.

1. Foi sugerido que este é um grito decorrente do sofrimento físico de Jesus. Sem dúvida, esses sofrimentos foram enormes. No momento em que ele proferiu essas palavras, ele estava pendurado na cruz por seis horas – exposto ao sol quente palestino e exposto às provocações da multidão. Ele estava quase morto quando gritou: “Meu Deus, meu Deus, por que você me abandonou?” Talvez (foi sugerido) ele tenha dito isso em vista de tudo o que aconteceu com ele.

Há dois problemas com essa visão. Por um lado, a ênfase consistente do Novo Testamento é que Jesus morreu por nossos pecados. Embora os evangelhos falem do sofrimento físico de Jesus, eles não o enfatizam. A questão central da cruz não era o sofrimento físico de nosso Senhor (por mais terrível que deve ter sido); a questão central era nosso Senhor carregando os pecados do mundo. Essa sugestão tende a enfraquecer a verdade de que Jesus morreu por nossos pecados e, ao mesmo tempo, tende a enfatizar demais seus sofrimentos físicos.

2. Foi sugerido que este é um grito de fé. Um número surpreendente de comentaristas tem esse ponto de vista. Eles observam que “Meu Deus, meu Deus, por que você me abandonou?” na verdade, é uma citação do Salmo 22:1. Nesse Salmo em particular, Davi fala de seus próprios sofrimentos nas mãos de seus inimigos de uma maneira que, em última análise, retrata a morte de nosso Senhor. Embora o Salmo 22 comece com uma descrição de sofrimento intenso, ele termina com uma nota de confiança confiante em Deus. Por essa razão, alguns acreditam que Cristo citou o versículo 1 (um clamor de desolação) como uma forma de expressar sua confiança em Deus, mesmo enquanto ele estava na cruz.

Infelizmente, essa visão parece virar as palavras de Jesus de cabeça para baixo. Praticamente faz com que as palavras signifiquem algo assim: “Embora pareça que Deus me abandonou, na verdade ele não o fez, e no final serei justificado”. Por mais verdadeiro que isso possa ser (ele acabou sendo justificado na ressurreição), esse não parece ser o significado aqui. As palavras de Jesus devem ser tomadas pelo seu valor nominal – como um grito de total desolação.

3. Foi sugerido que este é um grito de desilusão. Os céticos leram isso como prova de que Jesus acabou falhando em sua missão. Para eles, essas palavras significam algo como “Deus, você me abandonou e tudo está perdido. Eu vim para ser o Messias, mas minha missão é um fracasso.” Para aqueles que têm uma visão tão cínica, só podemos dizer: Leia toda a história! Continue lendo e você descobrirá o que acontece com o seu Messias “fracassado”. O que quer que essas palavras possam significar, elas não são palavras de um homem derrotado.

O Homem Abandonado por Deus

O que, então, essas palavras significam? Sugiro que nunca entenderemos todo o seu significado até vermos que Jesus foi verdadeiramente abandonado por Deus. Naquele momento negro na cruz, Deus Pai virou as costas para Deus, o Filho. Foi, como disse Martinho Lutero, Deus abandonando Deus. É verdade que nunca sondaremos as profundezas dessa declaração, mas nada menos faz justiça às palavras de Jesus.

A palavra “desaquecido” é muito forte. Significa abandonar, desertar, renegar, se afastar, abandonar totalmente. Por favor, entenda. Quando Jesus disse: “Por que você me abandonou?” não foi simplesmente porque ele se sentiu abandonado; ele disse isso porque foi abandonado. Literalmente, verdadeiramente e realmente Deus Pai abandonou seu próprio Filho.

Em inglês, a frase “desamparado por Deus” geralmente se refere a algum local deserto e estéril. Queremos dizer que tal lugar parece impróprio para habitação humana. Mas não queremos dizer literalmente “forcado por Deus”, mesmo que seja isso que dizemos. Mas era verdade sobre Jesus. Ele foi a primeira e única pessoa abandonada por Deus em toda a história.

O Principal Dever De Um Pai

Como muitas pessoas apontaram, esta é a única vez que Jesus se dirigiu a Deus como “Meu Deus”. Em todos os outros lugares, ele o chamava de “Pai”. Mas aqui ele disse: “Meu Deus”, porque a relação Pai-Filho estava quebrada naquele momento.

Não é o principal dever de um pai cuidar de seus filhos? Não é nosso trabalho garantir que nossos filhos não sofram desnecessariamente? Não faremos nada ao nosso alcance para poupá-los da dor? E não é isso que torna o abuso infantil um crime tão hediondo?

Eu te pergunto, então, o que faria um pai abandonar seu próprio filho? Você pode explicar? Isso não é uma violação do dever principal de um pai? Eu me pergunto, o que me faria abandonar meus filhos? Ao refletir sobre a pergunta, não consigo nem imaginar a resposta.

Mas foi isso que Deus fez quando Jesus morreu na cruz. Ele abandonou seu próprio Filho. Ele virou as costas, o renegou, rejeitou Aquele que foi chamado de seu “Filho unigênito”.

Podemos não entender isso. Na verdade, é certo que não. Mas é isso que essas palavras significam.

No Tempo e na Eternidade

Isso nos leva à grande questão: por que Deus faria uma coisa dessas? Uma observação nos ajudará a encontrar uma resposta. Algo deve ter acontecido naquele dia que causou uma mudança fundamental no relacionamento do Pai com o Filho. Algo deve ter acontecido quando Jesus estava pendurado na cruz, o que nunca tinha acontecido antes.

Naquele exato momento, Jesus estava carregando o pecado do mundo. Durante essas três horas de escuridão, e nos momentos imediatamente depois, Jesus sentiu todo o peso do pecado rolar sobre seus ombros. Tudo isso se tornou dele. Aconteceu naquele momento da história do espaço-tempo.

(Alguém pode perguntar: “A Bíblia não ensina que Jesus foi o ‘cordeiro morto desde a fundação do mundo?'” A resposta é sim. Mas o assassinato em si aconteceu em um determinado momento – especificamente uma tarde de sexta-feira de abril, A. D. 33. Mas como Jesus Cristo tinha uma natureza divina, o que aconteceu com ele na história tem implicações eternas. Admito que não entendo completamente essa última frase, mas tenho certeza de que é verdade. A morte de Cristo foi um evento histórico em todos os sentidos da palavra, mas é histórica com implicações eternas.)

A Trindade Desarticulada

Vamos dar um passo adiante. Sabemos por Habacuque 1:13 que Deus não pode olhar com favor para a maldade. Seus olhos são puros demais para aprovar o mal no mundo. A frase-chave é “com favor”. A santidade de Deus exige que ele se afaste do pecado. Deus não fará parte disso. Sua santidade recua do menor tom de maldade.

Portanto (e este é um grande “portanto”), quando Deus olhou para baixo e viu seu Filho carregando o pecado do mundo, ele não viu seu Filho, ele viu o pecado que estava carregando. E naquele momento terrível, o Pai se afastou. Não com raiva de seu Filho. Não, ele amava seu Filho tanto naquele momento quanto jamais amou. Ele se afastou com raiva por todo o pecado do mundo que enviou seu Filho para a cruz. Ele se afastou com tristeza e dor mais profunda quando viu o que o pecado havia feito. Ele se afastou em completa repulsa com a feiura do pecado.

Quando ele fez isso, Jesus estava sozinho. Completamente abandonado. Esquecido por Deus. Abandonado. Deserto. Renegado.

Há uma antiga música gospel do sul chamada “Dez Mil Anjos”. Fala do fato de que Jesus, em virtude de ser o Filho de Deus, poderia ter chamado 10.000 anjos para resgatá-lo da cruz. Ele não fez isso, e o refrão termina com estas palavras: “Mas ele morreu sozinho por você e por mim”.

É verdade. Quando Jesus levou os pecados do mundo, ele os levou sozinhos. Cristo agora está abandonado, a Trindade desarticulada, a Divindade quebrada. O fato de eu não saber o que essas palavras significam não as impede de serem verdadeiras. Que seja dito uma e outra vez: Quando Jesus gritou: “Meu Deus, meu Deus, por que você me abandonou?” ele foi realmente e verdadeiramente abandonado por Deus.

Ele se tornou pecado para nós

Dizer isso é dizer nada mais do que a própria Bíblia diz:

1. II Coríntios 5:21. “Deus fez aquele (Jesus) que não tinha pecado, fosse pecado por nós, para que nele pudéssemos nos tornar a justiça de Deus.” Pense nisso. O Sem Pecado foi “feito pecado” por nós. Quando Deus olhou para baixo naquele dia, ele viu – não seu Filho sem pecado – mas o próprio pecado.

2. Gálatas 3:13. “Cristo nos redimiu da maldição da lei, tornando-se uma maldição para nós, pois está escrito: ‘Maldito todo aquele que está pendurado em uma árvore.'” Pense nisso. Quando Jesus foi batizado, a voz do céu disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. A voz não diria mais isso. Na cruz, o Filho amado se tornou “uma maldição para nós”.

3. Isaías 53:6 “Todos nós, como ovelhas, nos desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho; e o Senhor colocou sobre ele a iniqüidade de todos nós.” Pense nisso. Toda a iniqüidade, todo o mal, todo o crime e ódio deste mundo – tudo isso foi “colocado sobre ele”.

Assim, o Filho de Deus fez uma identificação completa com os pecadores. Jesus se tornou uma maldição para nós. Ele morreu em nosso lugar. E todos os nossos pecados foram colocados sobre ele. Foi por essa razão – e apenas por essa razão – que Deus Pai abandonou seu Filho amado.

Esvaziando o esgoto

Imagine que em algum lugar do universo há uma fossa contendo todos os pecados que já foram cometidos. A fossa é profunda, escura e indescritivelmente suja. Todas as más ações que homens e mulheres já fizeram estão flutuando lá. Imagine que um rio de sujeira flui constantemente para aquela fossa, reabastecendo a mistura vil com todo o mal feito todos os dias.

Agora imagine que, enquanto Jesus estava na cruz, essa fossa é esvaziada nele. Veja o fluxo de sujeira à medida que ele se instala sobre ele. O fluxo nunca parece parar. É vil, tóxico, mortal, cheio de doenças, dor e sofrimento.

Quando Deus olhou para seu Filho, ele viu a fossa do pecado esvaziada em sua cabeça. Não é à toa que ele se afastou da vista. Quem poderia suportar assistir?

Pense nisso. Toda a luxúria do mundo estava lá. Todas as promessas quebradas estavam lá. Todo o assassinato, todo o assassinato, todo o ódio entre as pessoas. Todo o roubo estava lá, todo o adultério, toda a pornografia, toda a embriaguez, toda a amargura, toda a ganância, toda a gula, todo o abuso de drogas, todo o crime, toda a maldição. Cada ação vil, todo pensamento perverso, toda imaginação vã – tudo isso foi colocado sobre Jesus quando ele estava pendurado na cruz.

Duas Grandes Implicações

Eu tiro desta verdade solene duas grandes implicações. Isso nos revela duas coisas que nunca devemos minimizar:

1. Nunca devemos minimizar o horror do pecado humano. Às vezes rimos do pecado e dizemos: “O Diabo me obrigou a fazer isso”, como se o pecado fosse algo para brincar. Mas foi o nosso pecado que Jesus suportou naquele dia. Foi o nosso pecado que fez com que o Pai se afastasse do Filho. Era o nosso pecado flutuando naquela fossa da iniqüidade. Ele se tornou uma maldição e nós éramos parte da razão. Nunca brinquemos com o pecado. Não é motivo de riso.

2. Nunca devemos minimizar o terrível custo da nossa salvação. É possível que alguns cristãos se cansem de ouvir sobre a cruz? É possível que prefiramos ouvir sobre coisas felizes? Sem a terrível dor da cruz, não haveria coisas felizes para falar. Sem a cruz não haveria perdão. Sem a cruz não haveria salvação. Sem a cruz, estaríamos perdidos para sempre. Sem a cruz, nossos pecados ainda estariam sobre nós. Custou tudo a Cristo para nos redimir. Nunca vamos menosprezar o que lhe custou tanto.

“Onde Estava Deus Quando Meu Filho Morreu?”

Em algum lugar eu li a história de um pai cujo filho morreu em um trágico acidente. Com tristeza e enorme raiva, ele visitou seu pastor e derramou seu coração. Ele disse: “Onde estava Deus quando meu filho morreu?” O pastor parou por um momento e, com grande sabedoria, respondeu: “O mesmo lugar em que ele estava quando seu Filho morreu”.

Este grito da cruz é para todas as pessoas solitárias do mundo. É para a criança abandonada … a viúva … o divorciado lutando para sobreviver … a mãe de pé sobre a cama de sua filha sofredora … o pai desempregado … os pais deixados sozinhos … o prisioneiro em sua cela … os idosos que definham em casas de convalescença … esposas abandonadas por seus maridos … solteiros que comemoram

Esta é a palavra da cruz para você. Ninguém nunca esteve tão sozinho quanto Jesus. Você nunca será abandonado como ele foi. Nenhum grito da sua dor pode exceder o grito da dor dele quando Deus virou as costas e olhou para o outro lado.

Graças a Deus é verdade.

—Ele foi abandonado para que você nunca fosse abandonado.

—Ele foi abandonado para que você nunca fosse abandonado.

—Ele estava deserto para que você nunca estivesse deserto.

—Ele foi esquecido de que você nunca poderia ser esquecido.

Você não precisa ir para o inferno

E o mais importante…

—Ele foi para o inferno por você para que você não tivesse que ir.

Se você for para o inferno, será apesar do que Jesus fez por você. Ele já esteve lá. Ele levou o golpe. Ele sofreu a dor. Ele suportou o sofrimento. Ele levou o peso de todos os seus pecados. Então, se você for para o inferno, não culpe Jesus. Não é culpa dele. Ele foi para o inferno por você para que você não tivesse que ir.

Qual é a pior coisa sobre o inferno? Não é o fogo (embora o fogo seja real). Não é a memória do seu passado (embora a memória seja real). Não é a escuridão (embora a escuridão seja real). A pior coisa sobre o inferno é que ele é o único lugar no universo onde as pessoas são total e para sempre abandonadas por Deus. O inferno é realmente um lugar abandonado por Deus. Isso é o inferno. Estar em um lugar onde Deus te abandonou por toda a eternidade.

Essa é a má notícia. A boa notícia é esta. Você não precisa ir lá. Jesus já esteve lá por você. Ele foi para o inferno há 2.000 anos para que você não tivesse que ir. Ele morreu na morte de um pecador e recebeu a punição de um pecador para que pecadores culpados como você e eu pudessem ser eternamente perdoados.

Se depois de tudo o que eu disse, você ainda não entende essas palavras de Jesus, tenha bom ânimo. Ninguém na terra os entende completamente. Descanse nesta verdade simples: Ele foi abandonado para que você nunca fosse abandonado. Aqueles que confiam nele nunca ficarão desapontados, nesta vida ou na vida por vir. Amém.

BIBLIOGRAFIA:

João Ferreira de Almeida, trans., Nova Almeida Atualizada, Edição Revista e Atualizada®, 3a edição. (Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017), Mt 27.45–56.

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