domingo, 12 de setembro de 2021

Moisés na escola da oração

 

Moises na escola da oração

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Em 2010, depois de participar da conferência Livres, estava dirigindo de volta pra casa, levando minha esposa e o Luan… mas naquele tempo eu não sabia andar de carro em SP. Me perdia sempre.

Acabei pegando o Rodoanel, que tinha sido inaugurado recentemente.

Dirige por uns 30 minutos… naquela estrada, escura, sem sinalização e sem retorno. Que sufoco!

Hoje em dia, o Waze tem uma narradora que se chama Alessandra. Em 2010 eu não tinha o waze mas já tinha a Alessandra… só que a minha Alessandra é mil vezes mais brava que a Ale do Waze.

Lembro-me que na ocasião, por dentro eu gritava a Deus: “Por que você não me dá um sinal, uma luz no céu para que eu saiba o que fazer?”

Gente, não seria incrível se recebêssemos um sinal no céu, toda vez que nos precisássemos tomar com uma decisão?

É interessante, porém, que nós, humanos, não pedimos a um sinal de Deus em todas as nossas decisões.

Tenho a impressão que a gente só quer um sinal de Deus no céu em certas decisões. (Geralmente nas grandes decisões)

Deus, qual universidade eu devo ir?
Com quem devo me casar?
Ou devo mudar de emprego?
Em cada caso, queremos que Deus nos mostre um sinal. Qualquer sinal serve.

Com Moisés, o grande líder dos Hebreus do Antigo Testamento, não foi diferente.

Ele queria que Deus lhe mostrasse um sinal também.

Em certa ocasião, Moisés ficou sozinho com Deus, na Tenda do Encontro, longe do resto dos hebreus, para buscar direção.

Ele queria outro sinal divino, um palpite ou uma premonição celestial.

Afinal, ao longo da sua jornada, ele testemunhou algumas demonstrações visuais bastante notáveis.

Ele viu uma sarça arder.
Um cajado que se tornou uma cobra.
Mar se abrindo ao meio.
Coluna de fogo guiando a multidão à noite.
Nuvens conduzindo de dia.
Maná, caindo do céu todas as manhãs.

Impressionante né?

Mas agora Moisés quer mais esclarecimentos.

Então ele vai pro quartinho da oração e ora, não muito diferente de nós,

“Olha, Senhor…. você me disse: ‘conduza este povo’, mas você não me disse que Coré também viria com a gente.

Olha Senhor, você me disse: ‘que me conhece pelo nome, e que se agrada de mim’.

Se realmente isso é verdade, por favor Senhor,
revela-me os teus propósitos.

por favor, Senhor ensine-me Seus caminhos,
e eu Te conhecerei e e continuarei sendo aceito por Ti.

E não se esqueça Senhor: esta nação é o Seu povo” (Ex. 33:12-13).

A oração de Moisés é muita parecida com a nossa, não é mesmo?

Desde os tempos mais antigos, somos um povo faminto por orientação. Ansiamos por direção.

Somos como os caminhantes do deserto clamando a Deus: “Mostre-me o caminho! Dê-me um sinal!
Apenas um sinalzinho, para que eu possa vê-lo.”

Então Deus oferece algo melhor do que um sinal

Esta foi a melhor coisa que Deus poderia oferecer a Moisés. Deus prometeu a Moisés sua presença.

Deus respondeu à oração de Moisés dizendo: “o sinal que eu te dou é que a Minha Presença irá com você, e eu lhe darei descanso” (Ex. 33:14).

Deus liderou pessoal e providencialmente Moisés e a nação de Israel.

Deus ofereceu algo melhor do que um sinal; ele prometeu ser o Guia deles. Ele prometeu acompanhá-los, estar com eles.

Ele não é um Deus que só vive na poltrona celestial, mas sim um Deus que escolheu descer e viver entre seu povo.

Deus não forneceria um sinal no céu; mas ofereceria sua mão a Moisés e seu povo e caminharia com eles, lado a lado, amigo com amigo.

Em nossa caminhada, podemos buscar um sinal, mas Deus fornece algo melhor – ele mesmo. Ele

O melhor sinal para um cristão vem do nosso relacionamento contínuo com Deus. Ele quer que o conheçamos.

Ser guiado por ele faz parte desse relacionamento.

Os sinais são temporários; mas o relacionamento é permanente.

Os sinais podem ser mal interpretados, ou nem serem vistos.

Mas Deus, presente em nosso coração através do Espírito Santo, quer nos guiar a cada passo da nossa jornada, não apenas nas grandes decisões.

E ele faz isso andando conosco, estando em relacionamento conosco.

Foi essa presença, esse relacionamento que Moisés experimentou.

Um dos indicadores mais reveladores da vida de Moisés é encontrado em Êxodo 33:11. ” O Senhor falava com Moisés face a face, como quem fala com seu amigo.” (Ex. 33:11a).

Este versículo fala da realidade e profundidade da comunhão entre Moisés e Deus. Moisés era amigo de Deus, não porque ele fosse perfeito, talentoso ou poderoso.

Eles eram amigos porque os amigos confiam uns nos outros, conversam uns com os outros e compartilham interesses comuns.

Moisés nunca soube para onde estava indo com Deus,

Deus nem sempre forneceu uma sinalização para orientá-lo, mas não importava.

Mas Moisés sabia com quem estava indo, e isso era tudo o que importava.

Moisés era uma pessoa real que tinha encontros reais com um Deus real.

Esse relacionamento lhe proporcionou a direção e a orientação que ele desejava

Se quisermos conhecer a vontade de Deus, devemos conhecer Deus.

Nossa orientação depende do nosso relacionamento com Deus.

Se procurarmos o Guia mais do que orientação, poderemos ver o sinal que estamos procurando.

Além disso, receberemos alguns benefícios maravilhosos. E quem aqui não gosta de um benefício.

  1. Teremos um companheiro! (Vs. 14) Êxodo 33: 14. “Eu mesmo te acompanharei”.

Independentemente da nossa condição ou circunstância, Deus está conosco.

Nossas situações não mudam Deus. É Deus que muda nossas situações!

O Deus do universo caminha conosco. Ele é nosso companheiro, nosso amigo. O mundo inteiro pode nos abandonar. Mas Deus nunca vai. Temos a palavra dele sobre isso.

  1. Vamos experimentar descanso (vs. 14)

“… e lhe darei descanso” (Ex. 33:14).

O descanso que o texto refere aqui, não é como um dia de feriados ou férias remuneradas.

Mas é uma calma e uma segurança que só vêm através da caminhada com Deus.

Lembra daquele desastre do ônibus espacial Challenger?

os principais funcionários da NASA tomaram uma péssima decisão de prosseguir com o lançamento da nave, depois de trabalhar vinte horas seguidas e dormir apenas duas a três horas na noite anterior.

A falta de descanso causou um erro que custou a vida de sete astronautas e quase anulou o programa espacial dos EUA.

O acidente industrial em Chernobyl, ummais notórios de todos os tempos – ocorreu no meio da noite com operadores estressados por fadiga.

O descanso nos dá a resistência física e emocional para fazer os julgamentos corretos.

Quando descansamos, ficamos em solitude.
É a solitude que nos dá sabedoria.
A sabedoria nos dá as ferramentas necessárias para encontrar o caminho de Deus.

O descanso é um testemunho de confiança.

Vou contar uma história:

Havia dois pássaros empoleirados no mais alto prédio de uma cidade movimentada. Lá de cima, eles observavam as pessoas ocupadas correndo de lá pra cá.

O jovem pardal perguntou ao experiente Pardal: “Por que esses humanos corram tanto de um lado para o outro?”

O Pardal mais velho respondeu, “talvez eles ainda não perceberam que têm um Pai celestial como o nosso, que se importa com eles

Um grande benefício de viver na presença de Deus é que podemos nos aconchegar perto de nosso Pai Celestial, sabendo que podemos descansar confiantes, seguros e vitoriosos.

  1. Seremos distinguíveis (vv. 15-16)

Por causa da presença de Deus, somos pessoas santas e distinguíveis.

Não somos diferentes por causa do que fazemos, mas sim por causa do que Deus faz em e através de nós.

Quando Estamos conscientes da presença de Deus; isso afeta nossa conversa, nosso comportamento e nossos pensamentos.

É pior do que ter o pastor jogando bola com você. Ninguém briga, ninguém xinga. É maravilhoso!

A presença de Deus nos faz pensar diferente, agir de forma diferente, falar diferente, amar de forma diferente e servir de maneira diferente.

Pedro apóstolo vai dizer o seguinte:

“Uma vez que vocês chamam Pai aquele que julga imparcialmente as obras de cada um, portem-se com temor durante a jornada terrena de vocês. – Bíblia” (I Pedro 1:17, HCSB).

A presença de Deus que nos acompanha nos chama a nos destacar na multidão, a sermos distintos, separados e incomuns. Ele nos chama para sermos diferentes.

  1. Seremos conhecidos (vs. 17)

“O Senhor disse a Moisés: “Farei o que me pede, porque tenho me agradado de você e o conheço pelo nome”. – Bíblia’ (Ex. 33:17).

Você consegue imaginar ser conhecido por Deus? O encontro com Deus é uma experiência íntima.

Nós o conhecemos e ele vem nos conhecer. Você consegue imaginar o significado que isso nos dá? O Criador do universo nos chamando pelo nome.

Vendo os sinais no espelho retrovisor

Talvez, você esteja triste por achar que Deus não nos fornece sinais.

Calma! Na verdade, Deus fornece sinais para nós. Mas eles não são como sinais de trânsito, sinais direcionais, ou sinais em outdoors

Eles estão lá, mas às vezes não os vemos. Quando estamos andando com Deus, quando sua presença nos acompanha, seus sinais estão ao nosso redor.

A. O sinal de sua glória (v. 18)

“Então Moisés disse: ‘Por favor, deixe-me ver sua glória'” (Ex. 33:18).

A glória de Deus é o sinal brilhante, majestoso e pesado da presença de Deus.

Michelangelo orou: “Senhor, faça-me ver sua glória em todos os lugares.”

Os Céus declaram isso. A criação testemunha isso.

A igreja incorpora isso. Os cristãos refletem isso. A glória de Deus está ao nosso redor.

Moisés veio a entender, sentir e ver a glória de Deus. Mas Moisés não viu a totalidade da glória de Deus e nem nós veremos.

B. O sinal de sua bondade (v. 19)

E o Senhor disse: “‘Farei passar toda a Minha bondade na sua frente…” (Ex. 33:19).

A palavra bondade se refere à manifestação ou essência dos atributos gloriosos de Deus, na maioria das vezes pensados como as obras de suas mãos.

A bondade de Deus é a experiência concreta do que Deus fez e está fazendo na vida do seu povo.

Moisés experimentou a bondade de Deus várias vezes, mas não testemunhou toda a bondade de Deus.

C. O sinal de sua graça (v. 19)

E o Senhor disse: “… ‘Serei gracioso com quem serei gracioso, e terei compaixão de quem tiver compaixão'” (Ex. 33:19).

A graça de Deus é seu favor imerecido, uma expressão de seu coração.

O coração de Deus é de amor e compaixão.

Muitas vezes em nossa jornada, pecamos e podemos merecer juízo, mas Deus nos concede o favor, a personificação de sua graça.

Quando Deus está nos guiando, na maioria das vezes, só veremos esses sinais depois.

É como olhar nos espelhos retrovisores de nossas vidas,

Olhamos para trás, vendo como Deus fez com que uma situação ruim cooperasse para o nosso bem.

Moisés queria ver a glória de Deus – ele queria um sinal e ele teve.

Deus disse que podemos ver os sinais o tempo todo

O Senhor diz: – minha bondade, minha graça – estão ao seu redor.

Mas se você quiser uma aparência visível – uma teofania – faça o seguinte: “Aqui está um lugar perto de Mim.

Você deve ficar na rocha, e quando a Minha glória passar, eu o colocarei na fenda da rocha e te cobrirei com a Minha mão até que eu tenha passado. Então tirarei minha mão, e você verá minhas costas, mas meu rosto não será visto” (Ex. 33:21-23).

Moisés fez o que foi instruído. Ele ficou na fenda da rocha e Deus passou. Uma aparência visível, desta vez em forma humana. Moisés o viu, não o rosto, mas as costas.

Conclusão
Nós também, quando guiados por Deus, não vemos o rosto de Deus, mas as costas dele. Por que isso? Não podemos ver o rosto dele, porque não podemos vê-lo chegando. Vemos as costas de Deus, porque vemos onde ele esteve e o que ele fez no passado.

Não antecipamos, ou adivinhamos Deus. É somente após uma longa reflexão que finalmente ficamos impressionados com o que Deus tem feito o tempo todo.

Tem sido minha experiência que Deus nem sempre aponta o caminho, mas ele lidera o caminho. Quando olho para trás, vejo essas lideranças. Espero que você também.

ORAÇÃO


Senhor, agradecemos pela verdade que acabamos de analisar. Confessamos que muitas vezes nos sentimos como Moisés. Sentimos que nossos problemas são muito grandes para nós, nossa vida é muito exigente, nossas pressões são muito grandes, nossas circunstâncias são muito complexas para resolvermos e nos ressentimos de sermos solicitados a fazê-lo. Perdoe-nos, Senhor. Conceda-nos que, a partir desta oração de Moisés e das experiências de nossas próprias vidas, também aprenderemos que você é um Deus de recursos infinitos, de incrível sabedoria, de infinita paciência e compreensão, e que você trabalha esses assuntos se apenas confiarmos. Ajude a nossa incredulidade. Oramos em nome de Jesus, Amém.


quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Ana na escola da oração (1 Samuel 1: 1-20)

 

Ana na escola da oração

TEXTO: 1 Samuel 1: 1-20

INTRODUÇÃO:

Gostaria de começar esse sermão contando uma pequena história. Certa vez, um pastor convidou um novo convertido para ir a um retiro de sua igreja. Ele aceitou o convite, pegou o carro e seguiu viagem pela estrada em direção ao retiro. No caminho para a igreja, o carro dele ficou sem gasolina. Sua esposa, que o acompanhava na viagem, lembrou de ter passado por um posto a 1km atrás. Então, eles sairam do carro e começaram a procurar um galão no porta-malas, mas a única coisa que eles encontraram foi um penico do bebê. O rapaz, então, pegou o penico e caminhou até o posto e encheu-o de combustível. Depois de ter abastecido, o rapaz caminhou de volta em direção ao carro, com o recipiente cheio de gasolina. Então, com muito cuidado, começou a despejar o combustível do penico para dentro do tanque de gasolina. Enquanto ele estava fazendo isso, dirigia por ali, o pastor da igreja que o tinha convidado. Reconhecendo o jovem em apuros, o pastor imediatamente estacionou seu carro e ofereceu ajuda. Quando ele se aproximou e viu o jovem despejando o conteúdo do penico no tanque. O pastor engasgou e disse: “Meu jovem, se eu soubesse que vocês tinha tanta fé assim, eu tinha te convidado pra pregar hoje a noite!”

Apesar dessa história bizarra, a fé faz parte da vida nossa cotidiana.

por exemplo, quando você está doente,
você vai a um médico cujo nome você não consegue pronunciar.

Ele te dá uma receita que você não pode ler.

Você leva essa receita a um farmacêutico que nunca viu.

Ele te dá medicação que você não entende — e mesmo assim, você toma.

Em linhas gerais, isso é viver pela Fé!

A fé é uma coisa surpreendente! “Ela é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos e a prova de que existem coisas que não podemos ver” (Hb 11.1) –

Algumas vezes, porém, é difícil andar pela fé.

Somos acometidos por um senso de urgência incontrolável e tendemos a tomar a frente da situação.

A gente deixa de confiar em Deus, e passa a confiar nos nosso poder humano de resolver os problemas.

Há algumas situações, entretanto, que realmente estão além do nosso controle e não há nada que possamos fazer senão confiar em Deus.

Geralmente, é nesses terríveis momentos que a nossa fé é testada.

Digo testada no sentido de que na maioria das vezes, o Senhor não vai nos responder imediatamente.

É tipo enfrentar um deserto. Tal como ele, não sabemos quanto tempo iremos levar para atravessar esse lugar de sequidão.

Então, se nossa fé não for nutrida durante essa estação da vida, ela pode ficar fraca e até desaparecer.

DESENVOLVIMENTO

O livro de Samuel, que é conhecido por apresentar a história de grandes profetas, reis, heróis e vilões,

traz nas suas primeiras páginas a história de uma mulher comum, mas cheia de fé e graça!

Seu nome é Ana que na língua hebraica significa “Graça”. Conhecemos-na por causa sua tristeza.

Ela desejava um filho, mas não podia ter filhos; Nós também a conhecemos por sua fidelidade.

Ela nunca perdeu a esperança de que Deus ouviria sua oração; Também a conhecemos pela sua entrega.

Ela dedicou seu bebê Samuel ao Senhor e o entregou no Tabernáculo para servir a Deus “todos os dias de sua vida” (1 Samuel 1:11 NVI).

Porém, o que faz desta mulher uma figura de destaque na história do povo hebreu não é apenas

o fato dela ter sido a mãe de Samuel, mas sobretudo, dela ter sido uma mulher de oração.

Além de orar muito, ela é foi uma grande teóloga.

Se você ler o capítulo 2.1-11, você vai encontrar uma canção teológica e doxológica que inspirou salmistas e até a mãe do nosso Senhor Jesus.

Por essas razões, reconhecemos que Ana é uma grande mulher de Deus.

Ao lermos sua narrativa, porém, algumas pessoas podem pensar que houveram momentos em que Ana ficou tentada a desistir de tudo e abandonar sua fé.

Ela viveu no tempo dos Juízes. A Bíblia diz lá em Juízes 2.10-11 que a geração que nasceu na terra da promessa não conhecia mais o Senhor, nem tampouco as obras que ele fizera no passado.

No capítulo 21.25 de juízes as Escrituras dizem que “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto.”

Entretanto, a despeito de todas as circunstâncias que pesavam contra Ana, internas ou externas, ela foi capaz de se colocar diante de Deus para pedir uma revisão da sua sorte.

Em todo tempo permaneceu comprometida com o Senhor, confiando que Ele, em Seu tempo, responderia a sua oração!

Essa é a primeira lição que aprendemos com Ana: “Caminhar pela fé requer fidelidade”.

A segunda lição que aprendemos com ela é que: “Caminhar pela fé requer compromisso”.

Mas além disso, podemos aprender com Ana outras lições muito preciosas. Vamos desenvolver algumas:

  1. ENFRENTANDO AS DIFICULDADES (v.1-8) – Os primeiros versículos do nosso texto apresentam a extrema dificuldade que Ana enfrentou.

Apesar disso, sua habilidade de manter a fé contra essas situações terríveis da vida nos encoraja a seguir seu exemplo.

a) Ela era estéril (v.2) – “Tinha ele duas mulheres: uma se chamava Ana, e a outra, Penina; Penina tinha filhos; Ana, porém, não os tinha.”

Versículo 5 revela que o Senhor tinha fechado o útero de Ana. Ela queria ter filhos, mas não podia.

Esta era uma situação completamente fora de seu controle.

  • Infelizmente há aqueles que podem se identificar com Ana.

Algumas mulheres desejam ter filhos, mas por alguma razão, estão incapazes de engravidar.

Embora todos nós não possamos nos relacionar diretamente com a dificuldade de Ana, todos nós enfrentamos ou enfrentaremos situações que estavam além de nossa capacidade de controlar.

Mesmo que desejamos um resultado diferente, em algumas situações, não somos capazes de mudar nossas circunstâncias.

B. Ela foi menosprezada (6-7a) – “(A sua rival a provocava excessivamente para a irritar, porquanto o Senhor lhe havia cerrado a madre.)

E assim o fazia ele de ano em ano; e, todas as vezes que Ana subia à Casa do Senhor, a outra a irritava;

  • A dinâmica familiar criou um ambiente difícil para Ana.

Deve ter havido ciúmes entre as mulheres, com ambas casadas com o mesmo homem, vivendo na mesma casa.

Penina usou a esterilidade de Ana como um meio de ridicularizá-la e menosprezá-la. Isso aumentou a miséria e o desespero que Ana sentiu.

Ela não só era incapaz de ter filhos, como teve que suportar o bullying implacável e ridículo de Penina.

  • O inimigo gosta de usar os outros para aumentar nosso desespero em estações de dificuldade.

Esta é apenas uma das táticas que ele usa para desafiar nossa fé.

Sem dúvida, todos nós lidamos com bullying e ridicularização em algum momento ou outro.

Estes tempos não são agradáveis, mas não são razão para abandonar nossa fé.

Nosso Senhor suportou grande zombaria e ridicularização por aqueles que Ele veio salvar, e ainda assim Sua fé prevaleceu enquanto Ele permanecia comprometido com a vontade do Pai para nossa salvação!

C. Sua alma estava abatida (7b) – “todas as vezes que Ana subia à Casa do Senhor, a outra a irritava; pelo que chorava e não comia.”

  • O bullying tornou-se tão intenso que começou a afetar a saúde de Ana. Em seu desespero e quebrantamento, Ana chorou e se recusou a comer.

O fardo que ela enfrentou diariamente tinha chegado há um nível que atrapalhava sua vida.

A fé de Ana estava sendo posta à prova de fogo.

  • Tenho certeza que todos podemos nos relacionar com Ana a esse respeito.

A maioria de nós lidou com o estresse, ansiedade e a preocupação, em algum momento da vida, que eventualmente começaram a afetar a saúde.

Nestes momentos ficamos vulneráveis aos ataques do inimigo.

Em nossos momentos de desespero mais profundos, o inimigo procura destruir nossa fé, nos encher de dúvidas e nos fazer questionar o amor e a fidelidade de Deus.

Ele quer que acreditemos que Deus não se importa mais com nossas necessidades e nos abandonou no meio de nossas adversidades.

  1. DETERMINADA E PERSEVERANTE (v. 09-16) – Felizmente Ana não sucumbiu a sua dor e desespero. Ela não se tornou amarga, nem revidou aos ataques que enfrentava, mas continuou caminhando em fé.

Olhando somente para Deus. Vamos considerar :

A. Orando fervorosamente (10) – “levantou-se Ana, e, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente.”

  • A situação de Ana ainda não tinha mudado. Ela permaneceu em profunda amargura de alma, mas ela se recusou a desistir.

Ela derramou seu coração para o Senhor, chorando diante dele enquanto compartilhava o desejo de seu coração.

Ana sabia que Só Deus poderia atender à sua necessidade e resolver sua situação desesperadora.

  • Embora este não fosse um lugar agradável para Ana estar, era exatamente onde ela precisava estar naquele momento de sua vida.

Julgamentos, bullying e adversidades nunca são confortáveis, mas eles têm o potencial enorme de nos aproximar do Senhor.

Ou seja: Podemos procurar o Senhor, sabendo que Ele sozinho pode atender à nossa necessidade, ou ficamos amargos, sentindo como se Ele tivesse nos abandonado.

Eu oro para que façamos o que Ana fez, isto é, aproximarmos do Senhor!

B. Fiel à promessa (v. 11) – “E fez um voto, dizendo: Senhor dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.”

  • No meio de um grande desespero, Ana permaneceu comprometida com o Senhor. Ela desejava uma filho mais do que qualquer outra coisa na vida, e mesmo assim, ela fez a promessa de que se o Senhor concedesse seu pedido, ela daria a criança a serviço do Senhor. Ela estava disposta a oferecer ao Senhor a única coisa que ela mais desejava na vida. Ela permitiria que seu filho vivesse com Eli, o sacerdote, e lá servisse ao Senhor, em vez de criá-lo em casa.
  • Embora Ana provavelmente tivesse lidado com amargura e ciúme no passado, ela havia chegado ao lugar que estava disposta a se submeter ao desejo do Senhor. Seu ciúme e egoísmo foram substituídos por grande fé e compromisso com o Senhor. Estamos dispostos a nos submeter ao Senhor desta maneira? Tais esforços requerem muita fé. Oro para que o Senhor aumente minha fé e compromisso com Ele.

C. Focada na Presença (v.12-16) – Enquanto Ana orava diante do Senhor, ela chamou a atenção de Eli. Ele ficou observando a boca dela se movendo, mas sem pronunciar qualquer som. O sacerdote concluiu que ela estava bêbada na casa de Deus. Quando ele confrontou Ana, ela assegurou-lhe que não tinha bebido, mas que estava derramando seu coração em desespero para o Senhor.

  • Você pode carregar um fardo pesado hoje que ninguém mais conhece ou entende. Alguns podem estar cientes da sua carga, mas são incapazes de se relacionar. Pode até haver aqueles que não apreciam seu fardo e até tentarão dificultar sua busca pelo Senhor. Em tempos de dúvida e acusação, devemos permanecer focados em nossa necessidade e persistentes em oração ao Senhor. Mesmo que ninguém mais entenda, o Senhor entende. Ele vê; Ele sabe; e Ele se importa!
  1. SATISFEITA NO SENHOR (v.17-20) – Não sabemos exatamente por quanto tempo Ana desejou um filho, mas sabemos que ela lidou com esse fardo por vários anos. No entanto, sua fé persistente e seu compromisso com Deus trouxeram o resultado que ela desejava.

A. A paz precede a benção (v.17-18) – “Então, lhe respondeu Eli: Vai-te em paz, e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste. E disse ela: Ache a tua serva mercê diante de ti. Assim, a mulher se foi seu caminho e comeu, e o seu semblante já não era triste.”

  • Após um tempo de oração fervorosa no Tabernáculo, a vida de Ana começou a mudar. Ela nem tinha engravidado, mas já experimentava a paz do Senhor. Depois de orar com fé, a esperança de Ana foi renovada. Ela começou a comer novamente, e seu semblante agora estava cheio de alegria em vez de tristeza. A oração sincera renovou a fé da Ana e ela passou a desfrutar de uma nova perspectiva.
  • A vida sempre terá sua parcela de dificuldade e julgamentos. Jesus não nos prometeu uma vida de facilidades, mas nos prometeu um companheiro constante em Cristo. Um ajudador. O Consolador. O Espírito Santo pode trazer paz aos nossos corações, antes mesmo da tempestade acabar. Se você está sobrecarregado, traga seus fardos para o Senhor e entregue-os a Ele. Você pode não encontrar a resposta que procura, mas eu tenho certeza que você pode encontrar a paz e a força que precisa para continuar olhando para o Senhor.

B. Ofereceu Louvor (v.19a) – “Levantaram-se de madrugada, e adoraram perante o Senhor, e voltaram, e chegaram a sua casa, a Ramá”

  • Neste momento Ana ainda não tinha concebido. Ela recebeu paz em seu coração, mas sua oração ainda não tinha sido totalmente respondida. Mas isso não impede Ana de louvar o Senhor e adorá-lo. Estou convencido de que ela está louvando ao Senhor pelo que Ele vai fazer. Ela ainda não recebeu a bênção, mas ela oferece louvor com antecedência. Sua fé agora está mais forte e isso afetou sua adoração.
  • Lembro-me que mesmo no vale, nosso Senhor é bom. Ele é digno de nosso louvor e adoração, mesmo no meio de nossos problemas. Nós não o adoramos, porque Ele responderá às nossas orações; nós o adoramos porque Ele é Senhor e soberano de nossas vidas. Se você está determinado a esperar até que cada oração seja respondida antes de oferecer seu louvor ao Senhor, você não estará adorando corretamente.

Se eu nunca tivesse recebido outra bênção, ou tivesse outra oração respondida, eu ainda seria obrigado a adorar o Senhor. Ele perdoou os meus pecados e removeu minha vergonha na cruz. Ele proporcionou salvação para mim e me concedeu a vida eterna no céu. Isso é muito mais do que eu mereço, e mais do que suficiente para oferecer louvores!

C. Oração Respondida (v.19b-20) – “Elcana coabitou com Ana, sua mulher, e, lembrando-se dela o Senhor, ela concebeu e, passado o devido tempo, teve um filho, a que chamou Samuel, pois dizia: Do Senhor o pedi”.

  • No tempo certo, de acordo com o plano divino, Deus respondeu à oração de Ana. Ela lidou com esse fardo por vários anos, mas Deus honrou sua fidelidade. Seu compromisso com o Senhor trouxe bênção e favor. Deus lhe deu um filho, Samuel. Ela escolheu esse nome porque ela pediu ao Senhor, e Ele foi fiel a ela.
  • Deus é fiel para ouvir e responder às preces dos redimidos. Ele pode não responder no prazo que desejamos, ou mesmo da maneira que pensávamos que Ele responderia, mas Ele nos responderá em seu tempo, de acordo com sua vontade para nossas vidas.
  • É fácil desanimar e enfrentar a tentação de abandonar nossa fé. Devemos fazer o que Ana fez e permanecer persistentes em oração. Talvez, teremos de orar por anos, mas se formos fiéis, tenho certeza que Deus responderá.

Conclusão:

Quero finalizar este momento citando um texto de Ken Medema, que conseguiu descrever o grito de nossos corações quando escreveu estas palavras:

Se este não é um lugar onde as lágrimas são compreendidas,
Então, onde devo ir para chorar?
E se este não for um lugar onde meu espírito possa criar asas,
Então, para onde devo ir para voar?
Eu não preciso de outro lugar para tentar te impressionar
Sobre o quão bom e virtuoso eu sou.
Não preciso de outro lugar para estar sempre por dentro ou acima das coisas;
Todo mundo sabe que isso é uma farsa.
Não preciso de outro lugar para sempre ter que usar sorrisos,
Mesmo quando sorrir não é o que sinto fazer.
Não preciso de outro lugar para falar as mesmas velhas banalidades;
Todo mundo sabe que isso não é real.
Então, se este não for um lugar onde minhas perguntas possam ser feitas,
Então, onde devo procurar?
E se este não for um lugar onde o meu coração pode chorar e pode ser ouvido,
Onde, diga-me onde, devo ir para falar?
Então, se este não é um lugar onde as lágrimas são compreendidas,
Para onde irei, para onde irei voar?

— Ken Medema

A Igreja precisa ser um lugar onde as pessoas possam encontrar Deus, ouvir Deus, crescer em Deus, desenvolver relações ricas com outras pessoas, e serem encorajadas não com banalidades superficiais e religião, mas com amor e realidade.

Se você está se sentindo sobrecarregado e desanimado hoje… Se você tem orado e chorado, e ainda assim parece que não há resposta… Se Você está prestes a desistir… Traga suas necessidades perante o Senhor. Ele vê; Ele sabe; Ele se importa.

Deixe seu fardo nos pés do Senhor. Como Ana, você pode não ter a resposta que deseja imediatamente, mas você pode receber agora mesmo, a paz que você precisa para continuar caminhando em fé.


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