domingo, 21 de fevereiro de 2021

Os pacificadores serão chamados filhos de Deus.

 

Os pacificadores serão chamados filhos de Deus

Chegamos na nossa penúltima “Bem-aventurança” na mesma semana em que muitas cidades do nosso país decretam lockdown.

De forma intrigante, essa bem-aventurança indica o estado do mundo em que vivemos.

Doenças, injustiça, fome, conflitos, guerras, mortes e muita ansiedade, estresse depressão.

E essas são as principais características negativas do mundo onde vivem os pacificadores.

As vezes, a gente tem a correta sensação de que o mundo inteiro reage negativamente as verdadeiras marcas de um cristão.

Nós temos aprendido a ser pobres de espírito, mas o mundo é orgulhoso; lamentamos, com lágrimas amargas, sobre nosso próprio pecado e os pecados do mundo, mas o mundo peca sem arrependimento algum.

Estamos aprendendo a suportar com mansidão os insultos desse mundo, mas o mundo não se cansa de insultar Deus e o seu povo.

Enquanto reconhecemos a nossa consciência faminta e sedenta da justiça eterna, porque sem ela a agitação do nosso coração nunca se contentará, as pessoas ao nosso redor só se contentam se sua luxúria, avareza e outros apetites carnais forem satisfeitos.

Sabe,
Jesus tem nos ensinado sobre o que é ter o amor de Deus derramando através de nós em misericordiosa. Mas o mundo não conhece misericórdia.

Enquanto estamos aprendendo sobre a pureza de coração, reconhecemos que só escapamos da corrupção maligna que governa esse mundo, por causa da graça de Deus e da Cruz de Cristo.

E ao entrarmos, hoje,
Na nossa sétima bem-aventurança, percebemos que o
nosso Salvador quer nos ensinar que o mundo ao nosso redor está cheio de conflitos, discórdias, ausência de paz e tão desprovido do descanso em Deus.

E isso se dá porque a humanidade perdeu a Paternidade de Deus. E Isso é fato.

Mas será que a humanidade perdeu a Irmandade também?

Podemos afirmar sem medo de errar que
Os homens perderam a consciência do amor de Deus, e consecutivamente, perderam também o amor que corresponde ao Dele e que se doa ao próximo.

Por falta desse amor, os homens são consumidos pela ganância, luxúria, ciúme, ódio e pela desconfiança. E todas essas coisas, anulam a paz.

Mas nós temos uma boa notícia:

À luz do evangelho, o próprio Jesus é o supremo pacificador. Ele é o Príncipe da Paz. E Jesus fez a paz entre Deus e o homens, e também, entre o homem e o seu semelhante.

A pacificação que nos é dada em Jesus, promove o verdadeiro evangelho,
e é esse evangelho que oferece a genuína reconciliação.

Então a questão é… Como alguém se torna um “pacificador”?

Bom, em primeiro lugar

1) Para ser pacificador, é preciso estar em paz com Deus.
É preciso, primeiramente, se reconciliar com Deus.

No Jardim do Éden havia perfeita paz até que o pecado entrou no mundo.

Com o pecado de Adão veio a inimizade com Deus conforme Gn 3:15.
Aqueles que antes estavam em perfeita paz agora eram inimigos.

Dessa forma,
toda a humanidade herdou a inclinação de Adão ao pecado
e pela descendencia dele, toda a humanidade se tornou inimiga de Deus (Rm 8:7)

Como o apóstolo Paulo explica:

assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. (Rm 5:12)

Sabe,
Em apenas uma palavra,
Podemos afirmar que o que a humanidade pecadora precisa é de reconciliação.

E esse é o verdadeiro papel do pacificador.

E a mensagem do pacificador, é essa:

O homem se afastou de Deus por causa de seu pecado, mas Deus, em Seu amor, se moveu em direção ao homem para trazê-lo de volta a Si mesmo.

Em segundo lugar,

os pacificadores “reconciliados” não são “aqueles que vivem em paz, mas aqueles que realmente trazem a paz, superando o mal com o bem.

Uma maneira de realizarmos isso é espalhando o evangelho, porque Deus nos confiou o ministério da reconciliação (2 Co 5:18)

Na evangelização, fazemos a paz entre o homem e o Deus que eles rejeitaram e ofenderam.”

Paulo explica que, como pacificador de Deus, você tem novos “sapatos”…

Os pacificadores têm seus pés calçados com a preparação do Evangelho da paz (Ef 6:15-nota).

Há muito tempo atrás Isaías falou dos pacificadores declarando…
Como são belos nos montes os pés daqueles que anunciam boas novas, que proclamam a paz, que trazem boas notícias, que proclamam salvação, que dizem a Sião: “O seu Deus reina! ” – Isaías 52: 7 citado em Ro 10:15 ver notas)

Quando promovemos esta bem-aventurança, deixamos claro que estamos enfrentando a discórdia e, consecutivamente, estabelecendo o shalom dentro da comunidade humana. Porque essa é a vontade de Deus e, portanto, aqueles(as) que a promovem são dignos de serem chamados de filhos(as) de Deus.

John Stott em seu livro: “o sermão do monte” afirma que “o diabo é um encrenqueiro; Mas Deus ama a reconciliação e está empenhado em trazer a paz, agora através de seus filhos, como anteriormente fez através de seu unigênito Filho”.

Lemos que Cristo, o “Príncipe da paz” (Is 9:6), o supremo pacificador

Reconciliou Saulo de Tarso com Deus
E uma vez reconciliado com o Senhor
Paulo de Tarso escreve as seguintes palavras para a igreja de Corinto:

Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, 19. a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. 20. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. 21. Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.

  • cf. 2 Coríntios 5: 18.

Saulo de Tarso, passou de inimigo de Deus para
Paulo de Tarso, filho de Deus, reconciliador e pacificador por excelência.

Ser filho de Deus, é receber a maior recompensa que poderíamos ter.

O prêmio dos pacificadores é que eles são reconhecidos como verdadeiros filhos e filhas de Deus. E por isso refletem o caráter do Pai Celestial.

Sabe,
É maravilhoso constatar que

A sequência dessas bem-aventuranças esta na melhor ordem possível.

A pureza de coração precede a pacificação; porque quando os puros de coração vêem a Deus, eles observam Deus trabalhando para fazer a paz, e então, seguem e imitam Seu exemplo. Eles refletem o caráter do Pai.

Cristo vive essa verdade, assim devemos viver essa verdade em nós também.
Nossas beatitudes são o reflexo daquilo que vemos o nosso Pai fazendo. (Cf. Lemos em João 5:19)

Sabe pessoal,
Não haverá muita esperança em nenhum de nós, para pacificar esse mundo, se olharmos apenas para nós mesmos.

Mas nosso poder é imensamente multiplicado quando

  1. aprendemos a olhar para Deus e enxerga-lo como Pai de amor;
  2. Quando vivemos em comunhão com Cristo, o vitorioso Príncipe da Paz.
  3. Quando abrimos nosso coração ao Espírito Santo abençoado, a Pomba da Paz, para que possamos cooperar e desenvolver com Deus e, observando-O, fazer na terra o que Ele está fazendo no céu.

Portanto,

Deixemos o Deus da paz governar em nossos corações.
Vivamos o que Jesus Cristo nos diz em sua palavra: “Paz seja convosco”.
Deixemos Deus soprar sobre nós a paz do seu Santo Espírito.

E que todos os nossos movimentos sejam consistentes com o ritmo da perfeita paz de Deus.

Por fim,

Quero finalizar a pregação citando um pacificador:
Chamado Eric Liddell,

Um maratonista escocês cuja vida foi retratada no filme Carruagem de fogo.

Eric serviu como missionário na China por 20 anos —

E nos últimos 2 anos, esteve em um campo de concentração japonês durante a Segunda Guerra Mundial.

Eric ficou conhecido como pacificador naquele campo. Sempre que a raiva se agravava no acampamento, ele estava lá para promover a paz.

O Eric deixou uma profunda impressão em todos.

Certo dia, um guarda japonês perguntou por que o Eric não estava presente na chamada diária, então um homem respondeu que o Eric havia morrido subitamente algumas horas antes.

O guarda fez uma pausa e depois respondeu: “Eric era cristão, não era?”

Bom,
Eric não falava japonês; e o guarda não falava inglês. Seu único contato direto era nas chamadas diárias, que ocorriam duas vezes por dia.

Então, Como o guarda sabia que Eric era cristão?
Porque ele deve ter visto Cristo em Éric quando o atleta pacificava os conflitos no acampamento.

“Bem-aventurados os pacificadores”, disse Jesus, “pois serão chamados filhos de Deus” (Mt. 5:9).

Os próprios pacificadores estão cheios da paz de Deus,
Cheios da qualidade com que ajudam os outros.

Mais do que resolver conflitos,
os pacificadores são evidência viva do amor conciliador de Deus em Cristo.
Em casa, no trabalho ou na escola, podemos mostrar Jesus Cristo aos outros pela maneira como lidamos com conflitos.

Amém!

Deus, permita que que Cristo seja visto em mim, Senhor,
Ouça minha oração;
Me leve, encha-me, use-me, Senhor,
Até que Cristo seja visto em mim.
Amém!


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