domingo, 15 de maio de 2022

Deus me ama e ponto final!

Resumo: Este sermão é baseado no Salmo 103, que nos revela e nos lembra do amor cativante de Deus em uma das passagens mais emocionantes do Antigo Testamento. 

Leitura Bíblica: Salmo 103 (no decorrer do Sermão)



INTRODUÇÃO 

Se você estiver tendo algum problema para louvar ao Senhor, olhe para este Salmo. Pois “muitas vezes”, como disse Charles Spurgeon, “escrevemos nossas bênçãos na areia e gravamos nossas queixas no mármore!

ILUSTRAÇÃO:

Li a história de um padre muito amado nas Filipinas, que carregava o fardo de um pecado secreto que havia cometido muitos anos antes. Ele havia se arrependido, mas ainda sim, não tinha paz e nenhum senso do perdão de Deus. Em sua paróquia havia uma mulher que amava profundamente a Deus e que afirmava ter visões em que ela falou com Cristo e ele com ela. O padre, no entanto, estava cético. Para testá-la, ele disse: “Na próxima vez que você falar com Cristo, quero que pergunte a ele que pecado seu padre cometeu enquanto estava no seminário”. A mulher concordou. 

Alguns dias depois, o padre perguntou: “E aí, Mulher! Jesus visitou você em seus sonhos?” – “Sim, ele veio”, ela respondeu. – “E você perguntou a ele que pecado eu cometi no seminário?” – “Sim.” – “E o que ele disse?” – “Ele disse, ‘Eu não me lembro.'”

ILUSTRAÇÃO:

Há vários anos, um estudante na aula do seminário ficou de pé e anunciou ao professor: “Eu não acredito em Deus!” O professor, muito inteligente, respondeu: “Descreva esse Deus em que você não acredita?” Depois que o aluno descreveu um deus desagradável e vingativo, o professor confessou: “Eu também não acredito nesse deus. O Meu Deus é um Deus de amor.”

DESENVOLVIMENTO 

a. A DESCRIÇÃO DO AMOR DE DEUS (vv. 8, 11, 13, 17)

Antes de prosseguirmos, tente responder essas três perguntas: Como você descreveria uma rosa para uma pessoa cega? Como você descreveria o Coro do Aleluia de Handel para uma pessoa surda? Como você descreveria a emoção de andar de bike para alguém que nunca andou? 

Agora, tente responder mais uma pergunta: Como você descreveria o amor impecável e infinito de Deus por humanos impuros e finitos?

Bem… o salmista pode nos ajudar a responder essa questão.

Uma das características mais vivas de Deus é que ele é um Deus de amor. O salmista concorda com isso! Por favor, dá uma olhada aí na sua Bíblia, folheie no Salmo 103 e veja como o salmista foi muito descritivo ao registrar a natureza amorosa de Deus!

Vemos no versículo 8, 11, 13 e 17 que

“8. O Senhor é compassivo e misericordioso, lento para se irar e cheio de amor. 11. Pois seu amor por aqueles que o temem é imenso como a distância entre os céus e a terra. 13. O Senhor é como um pai para seus filhos, bondoso e compassivo para os que o temem. 17 Mas o amor do Senhor por aqueles que o temem dura de eternidade a eternidade.“

— Salmo 103. 8,11,13,17, NVT

No versículo 8, o salmista afirmou que o Senhor é “cheio de amor”. No versículo 11, ele disse que o Amor de Deus é imenso, tal como a distância que há entre os céus e a terra. No versículo 13 ele compara o Senhor como um pai bondoso e compassivo para os seus filhos. E no versículo 17, ele declara que o amor do Senhor por aqueles que o temem dura de eternidade a eternidade. Com essa contribuição do salmista, a gente já uma descrição do amor de Deus. 

Agora, como a gente pode pegar essa descrição e . 

II. A DEFINIÇÃO DO AMOR DE DEUS (v. 2)

“2. Todo o meu ser louve o Senhor; que eu jamais me esqueça de suas bênçãos.“

— Salmo 103. 2, NVT

A questão não é simplesmente que Deus “ama”, mas que ele é o próprio amor. Ou seja, o amor não é apenas um de seus atributos, mas é sua própria natureza. A essência de Deus é o amor! Creio que essa é a melhor definição do amor de Deus! 

De uma forma mais completa, João, ao escrever sua primeira carta, no capítulo 4, define o que é o amor. A Escritura diz: “…Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele” (1 João 4.16b). Assim, “À medida que permanecemos Nele, nosso amor se torna mais perfeito também, tal como Ele” é o que diz 1 João 4. 17 (NVT, ênfase minha). E essa é a maior benção (ou o benefício) que temos. 

III. OS BENEFÍCIOS DO AMOR DE DEUS (vs 3, 12)

Agora, o salmista descobriu que essas bençãos (ou esses benefícios) lhe atingiram em todas as áreas da sua vida.

aEspiritualmente (v. 3, 12)

“vs. 3. Ele perdoa todos os meus pecados e cura todas as minhas doenças. vs. 12. De nós ele afastou nossos pecados, tanto como o Oriente está longe do Ocidente.“

— Salmo 103. 3,12, NVT

Espiritualmente, o amor de Deus remove a barreira que nos separa dele, cancelando a dívida do nosso pecado para que possamos desfrutar de um relacionamento amoroso com ele. Ou seja, o amor de Deus remove nossos pecados como se eles nunca tivessem existido.

b. Emocionalmente (v. 3)

3. Ele perdoa todos os meus pecados e cura todas as minhas doenças.

— Salmo 103. 3 NVT

Sabemos que confiar em Deus em meio à aflição só é fácil quando nossas provações são breves, pouco frequentes e leves, e nunca violam nosso senso de justiça. Confiar nele quando nosso sofrimento é grave, contínuo ou injusto pode ser problemático. Essas condições exigem que exerçamos a fé. Exercer a fé significa escolher acreditar no que Deus revelou sobre si mesmo, através da natureza e na Bíblia, em vez de inferir de nossas aflições que ele é mau, distante, impotente ou inexistente.Pela fé, caminhamos em harmonia com Deus durante a angústia sob a suposição de que ele é sempre bom, suas ideias e métodos são sempre superiores aos nossos, e seu amor por nós é de fato infalível e incondicional.

Assim, Se nossa aflição é consequência do nosso próprio fracasso moral pessoal, Deus nos perdoa quando confessamos nossas transgressões. Ele também nos ajuda a perdoar a nós mesmos. Mesmo se outras pessoas, por meio das suas ações ou a pela falta delas forem a causa da nossa angústia, Deus nos capacita a perdoá-las. Desse modo, ao remover o pecado e a culpa de nossas vidas, o amor de Deus traz cura para nossa vida emocional.

c. Eternamente (v. 4)

“vs. 4 Ele me resgata da morte e me coroa de amor e misericórdia.“

— Salmo 103. 4, NVT

O amor de Deus nos resgata, da nossa humanidade caída, de nossa própria destruição inclinada e nos concede a vida eterna. E agora, resgatados da morte e renascidos em Deus, coroados de amor e misericórdia, temos passagem livre e irrevogável para o céu, pra que sempre tenhamos a esperança da felicidade eterna, sem levar em conta o quão difíceis e terríveis sejam nossas circunstâncias atuais.

Tenho absoluta certeza de que a alegria e o êxtase de viver no céu serão infinitamente mais preciosos do que nossos melhores momentos na terra.

d. Fisicamente (v. 5)

“vs. 5. Ele enche minha vida de coisas boas; minha juventude é renovada como a águia!“

— Salmo 103. 5, NVT

Não podemos fazer uma leitura errada aqui. Andar em harmonia com Deus não o obriga a nos recompensar com bem-estar físico ou abundância material. Se isso fosse verdade, todo missionário morreria velho e rico. Acredito que a nossa própria natureza pecaminosa nos torna incapazes de alinhar nossas vidas com os princípios e preceitos divinos de forma consistente.

Para remediar essa situação, o próprio Deus, na pessoa do Espírito Santo, habita em todo crente renascido. Sujeito à nossa rendição, o Espírito Santo fortalece nossa resistência, intensifica nossos nobres desejos, reforça nossa autodisciplina e nos capacita diretamente mediante solicitação. A partir disso, Ele manifesta em nós os atributos divinos que nos permitem viver contentemente em um mundo conturbado. Deus chama essa manifestação de fruto do Espírito.

À medida que estudamos a Bíblia, o Espírito Santo ilumina as verdades que se aplicam às nossas vidas. Em meio à aflição, ele fornece orientação e direção, além de conforto, força e esperança (e consecutivamente nos enche de bens). Então, quando somos incapazes de orar, o Espírito Santo intercede junto a Deus Pai em nosso favor.

Jesus confiou no Espírito Santo para se fortalecer espiritualmente enquanto caminhava em harmonia com Deus na terra. Se ele fez isso, nós também devemos.

e. Com Justiça (v. 6)

6O Senhor faz justiça e defende a causa dos oprimidos.

— Salmo 103. 5, NVT

Aqui encontramos uma grande diferença entre o amor divino e o amor humano que muitas vezes passa batido por nós. Muitas vezes, o amor é expresso como aquela virtude que aceita tudo. Mas o amor de Deus sempre faz justiça. O amor divino odeia o que está errado e abraça o que é certo.

IV. O CONHECIMENTO DO AMOR DE DEUS

Interação: O que eu sei sobre o amor de Deus?

aO amor de Deus que nos consome!

O amor de Deus toca todas as partes da nossa vida. Nada – nenhum plano ou circunstância, nenhuma adversidade ou conquista, nenhuma dor ou promoção, nenhum status ou posição – escapa dos braços do amor de Deus. O amor de Deus corre em todas as veias das nossas vidas.

Repare em nosso texto bíblico a quantidade de vezes que as palavras “tudo, todo, toda” é usada aqui. Isto nos lembra que o amor de Deus nos consome. Seu amor toca todas as áreas de nossas vidas. Não há lugar onde possamos ir para escapar do amor dele. Não há nenhum problema que possamos enfrentar que não seja tocado pelo amor de Deus. Nem há qualquer avanço ou progresso que possamos fazer sem o amor de Deus. E ainda que nosso mundo possa desmoronar, mesmo assim podemos dizer: “Deus, não sei por que isso está acontecendo. Eu não entendo, mas permaneço feliz em saber que você continua me amando.”

ILUSTRAÇÃO:

Somos como um garotinho que se separou de sua mãe no shopping. Ele estava procurando a mãe dele e ficando com medo. Ele começou a chorar porque todos eram estranhos e tudo parecia tão confuso e todas as lojas estavam lotadas e ele não tinha sua mãe. Mas, de repente, a mãe dele o encontrou e o pegou. Seus olhos marejados começaram a secar, não porque seus arredores tenham mudado, mas por causa de cujos braços ele estava.

Minha gente! Quando se tem alguém que te ama e te abraça, não importa o que mundo faça, ou quais as circunstâncias do momento, nem aquilo que o futuro reserva. 

Quando você está nos braços de um Deus amoroso, quando você é consumido pelo seu amor, e você participa de  todas as suas bençãos e  seus benefícios. Está tudo bem.

b. O amor de Deus é pessoal

Repare numa coisa. Observe novamente no Salmo 103 o número de vezes que os pronomes pessoais “eu”, “meu” e “minha” são usados. Agora, repara noutra coisa. Deus é Espírito e não há dúvidas. Mas como cristãos, acreditamos numa relação com um Criador pessoal  (no sentido da capacidade que temos de nos aproximarmos dele, nos achegarmos e orarmos a Ele.)

Como ser pessoal, Deus é capaz de amar e ser amado. E como um ser pessoal, Ele ama cada um de nós, intensamente e pessoalmente. Ou seja, não é um sentimento vago e difuso. Deus realmente ama a gente.

ILUSTRAÇÃO:

Quando Karl Barth, o famoso teólogo alemão, visitou os Estados Unidos, um estudante de um seminário lhe perguntou: 

– “Dr. Barth, qual é a verdade mais importante que você aprendeu como teólogo?”

– Barth respondeu: “A coisa mais importante que aprendi é esta: ‘Jesus me ama, eu sei, pois a Bíblia me diz isso.’”

“Jesus me ama” é a afirmação mais central da fé cristã e a pedra angular da natureza de Deus. Quando Deus diz: – “Eu te amo, filho”, Ele está dizendo que você é importante para ele. 

Parafraseando uma música do Juliano Son: “Você é uma pessoa que vale a pena!” Você é valioso para ele. Independentemente do que os outros pensam, você é amado do Senhor.

c. O amor de Deus está além da compreensão (vv. 13-14)

13O Senhor é como um pai para seus filhos, bondoso e compassivo para os que o temem. 14Pois ele sabe como somos fracos; lembra que não passamos de pó.

— Salmo 103. 13-14, NVT

Isso é incrível, não é? Deus me conhece e ainda me ama… Deus sabe que eu sou um pecador, mas Ele me perdoa; Deus sabe que sou emocionalmente doente, mas Ele me cura; Deus me vê numa cova, mas Ele me puxa para fora; Deus sabe que sou ingrato pelas suas bençãos, e mesmo assim, ele me enche dons e benefícios. Deus sabe que eu mereço justiça, mas mesmo assim, Ele me concede misericórdia. Como o amor de um pai e de uma mãe, esperando ansiosamente, que seu filho teimoso e rebelde volte para casa para que eles possam lhe conceder um novo começo, assim é o amor de Deus por nós. Está além da nossa compreensão.

Quero concluir contando mais uma ilustração:

ILUSTRAÇÃO:

Um americano, veterano da guerra do Vietnã, conta a história de uma menina órfã de oito anos que foi ferida após um ataque de morteiro mal direcionado. Um médico e enfermeira americanos foram chamados. Eles presumiram que a garotinha vietnamita morreria se uma transfusão de sangue não ocorresse. Um teste rápido mostrou que nenhum dos soldados americanos ali presentes tinham o tipo sanguíneo compatível, mas várias outras crianças órfãs da cidade, que não tinham sido feridas, portavam o tipo sanguíneo correto.O médico falava um pouco de vietnamita, e a enfermeira um punhado de francês do ensino médio. 

Usando essa combinação, juntamente com muita linguagem de sinais improvisada, eles tentaram explicar ao seu público jovem e assustado que, a menos que pudessem substituir parte do sangue perdido da garota, ela certamente morreria. Então eles perguntaram se alguém estaria disposto a dar sangue para ajudar. O pedido deles foi recebido com silêncio de olhos arregalados. Depois de vários longos momentos, uma pequena mão subiu lentamente, e abaixou rapidamente e depois subiu novamente.

– “Oh, obrigado”, disse a enfermeira em francês. “Qual é o seu nome?”

– “Heng”, veio a resposta.

Heng foi rapidamente colocado em uma maca, seu braço foi esfregado com álcool e uma agulha inserida em sua veia. Através desta provação, Heng ficou tenso e silencioso. Depois de um momento, ele soltou um soluço estremecendo, cobrindo rapidamente o rosto com a mão livre. Seus soluços ocasionais deram lugar a um choro constante e silencioso, seus olhos bem fechados, seu punho na boca para sufocar seus soluços.

A equipe médica estava preocupada. Algo estava obviamente muito errado. Neste ponto, uma enfermeira vietnamita chegou para ajudar. Vendo a angústia do pequeno, ela falou com ele rapidamente em vietnamita, ouviu sua resposta e respondeu com uma voz suave. Depois de um momento, o paciente parou de chorar e olhou ao redor questionando a enfermeira vietnamita. Quando ela balançou a cabeça, um olhar de grande alívio se espalhou pelo rosto dele.

Olhando para cima, a enfermeira disse silenciosamente aos americanos:

– “Ele pensou que estava morrendo. Ele estava te entendeu mal. Ele pensou que você tinha pedido a ele para dar todo o seu sangue para que a garotinha pudesse viver.”

– “Mas por que ele estaria disposto a fazer isso?” perguntou a enfermeira americana.

A enfermeira vietnamita repetiu a pergunta ao garotinho, que respondeu simplesmente:

– “Ela é minha amiga”.

Esse é um vislumbre do tipo de amor incrível e incompreensível que Deus tem por nós. “Não existe amor maior do que dar a vida por seus amigos.” (João 15.13, NVT). 

Se você quer uma definição visível de amor, veja o que Deus fez por nós em Cristo. “Mas Deus nos prova seu grande amor ao enviar Cristo para morrer por nós quando ainda éramos pecadores.” (Rm 5. 8). 

Se você realmente quer entender o amor… Se você quer chegar às profundezas do que significa amar e ser amado… Então olhe para a cruz de Cristo, porque de lá veio o amor de Deus veio para a humanidade. A cruz é a expressão final do amor incompreensível de Deus pela humanidade. Se você quer saber se Deus te ama, olhe para a cruz. A cruz é a maneira de Deus dizer: “Eu te amo tanto”, com os braços estendidos. As palavras finais de Deus para nós estão gravadas em uma cruz romana. Eles são vermelhos de sangue. Eles gritam para serem ouvidos. Eles dizem: “Eu te amo”.

APLICAÇÃO:

Jonathan Edwards uma vez disse: “Não há adoração verdadeira que não não toque nos em nossos afetos.” Baseado nessa premissa, vamos responder e corresponder ao Amor de Deus.

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Sermão baseado no Salmo 103 para a Igreja Daehan | MEP // 15.05.22 por Diego Gonçalves


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