quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Os perdidos e achados de Deus

Vamos abrir nossas Bíblias no Evangelho de Lucas Capítulo 15.








Antes de seguir, tente resolver essa charada! O que uma rodoviária, um aeroporto, um shopping center e a Bíblia tem em comum? 

Uma sala especial chamada de “Departamento dos Achados e Perdidos”! 

Ao olharmos para as Escrituras, podemos dizer que o capítulo 15 do Evangelho de Lucas é a sala que podemos chamar de Departamento dos Achados e Perdidos. 

Venha comigo! Vamos entender porque podemos afirmar isso!

LEITURA BÍBLICA DE LUCAS 15.1 (NVI)

A PARABOLA DA OVELHA PERDIDA

1. Todos os publicanos e “pecadores” estavam se reunindo para ouvi-lo. 2. Mas os fariseus e os mestres da lei o criticavam: “Este homem recebe pecadores e come com eles”. 3. Então Jesus lhes contou esta parábola: 4. “Qual de vocês que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma, não deixa as noventa e nove no campo e vai atrás da ovelha perdida, até encontrá-la? 5. E quando a encontra, coloca-a alegremente sobre os ombros 6. e vai para casa. Ao chegar, reúne seus amigos e vizinhos e diz: ‘Alegrem-se comigo, pois encontrei minha ovelha perdida’. 7. Eu lhes digo que, da mesma forma, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se”.

A PARABOLA DA MOEDA PERDIDA

  1. “Ou, qual é a mulher que, possuindo dez dracmas e, perdendo uma delas, não acende uma candeia, varre a casa e procura atentamente, até encontrá-la? 9. E quando a encontra, reúne suas amigas e vizinhas e diz: ‘Alegrem-se comigo, pois encontrei minha moeda perdida’. 10. Eu lhes digo que, da mesma forma, há alegria na presença dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende”.

A PARABOLA DO FILHO PRÓDIGO

  1. Jesus continuou: “Um homem tinha dois filhos. 12. O mais novo disse ao seu pai: ‘Pai, quero a minha parte da herança’. Assim, ele repartiu sua propriedade entre eles. 13. “Não muito tempo depois, o filho mais novo reuniu tudo o que tinha, e foi para uma região distante; e lá desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente. 14. Depois de ter gasto tudo, houve uma grande fome em toda aquela região, e ele começou a passar necessidade. 15. Por isso foi empregar-se com um dos cidadãos daquela região, que o mandou para o seu campo a fim de cuidar de porcos. 16. Ele desejava encher o estômago com as vagens de alfarrobeira que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada. 17. “Caindo em si, ele disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome! 18. Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti. 19. Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados’. 20. A seguir, levantou-se e foi para seu pai. “Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou. 21. “O filho lhe disse: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho’. 22. “Mas o pai disse aos seus servos: ‘Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. 23. Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e comemorar. 24. Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado’. E começaram a festejar. 25. “Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando se aproximou da casa, ouviu a música e a dança. 26. Então chamou um dos servos e perguntou-lhe o que estava acontecendo. 27. Este lhe respondeu: ‘Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo, porque o recebeu de volta são e salvo’. 28. “O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele. 29. Mas ele respondeu ao seu pai: ‘Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. 30. Mas quando volta para casa esse seu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele! ’ 31. “Disse o pai: ‘Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. 32. Mas nós tínhamos que comemorar e alegrar-nos, porque este seu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado’”.

ORAÇÃO:

Senhor, obrigado pela Tua Palavra que nos enriquece e nos edifica. Ajuda-nos oh Pai, para que possamos compreende-la e aplica-la em nossa vida. Em nome de Jesus, amém!

Esse texto é é uma síntese do Evangelho! Esse texto representa a síntese de um pai amoroso. De um pai que ama, de um pai misericordioso que perdoa a seu filho! Quantas vezes nós temos um parâmetro errado sobre o Senhor? Quantas vezes nós achamos que o parâmetro de Deus é de um Senhor está no no céu apenas para fazer leis? Um Deus legislador e justiceiro? Um Deus que olha pra suas leis e fica julgando os pecados? 

O texto que nós acabamos de ler demonstra em síntese que não é nada disso. Pelo contrário, fala de um pai amoroso, revela o coração de um pai misericordioso. Esse texto é muito marcante por essas questões. O Deus que perdoa também é o Deus que restaura! É o Deus que se alegra em receber o seu filho de volta em sua casa. Nas palavras de Jesus nós entendermos que não existe um pecado tão grande que não possa receber um perdão tão grande! Muitas vezes nós colocamos o pecado no meio do nosso caminho. E o pecado nos tira do caminho do Senhor mas nunca tira o Senhor do nosso caminho! O Senhor está sempre nos esperando, de braços abertos para receber os seus! E nessa passagem, Jesus quer dizer exatamente isso.

Ocorre que o primeiro e segundo versículo a palavra de Deus vai falar sobre quatro grupos! Os publicanos, os pecadores, os fariseus e e os escribas! Deixe-me fazer uma breve apresentação de cada um deles. 

O primeiro grupo é chamado de grupo dos publicanos. Mas afinal, quem são os publicanos? Os publicanos são aqueles homens judeus que trabalhavam para Roma para cobrar os impostos do povo! O problema é que a maioria dos cobradores de impostos eram corruptos! Gostavam de fraudar e lavar dinheiro. Os impostos de Roma eram altíssimos, e os publicanos não tinham misericórdia do seu próprio povo. Eles cobravam bem mais do que Roma exigia. Levi, que depois passou a se chamar Mateus foi um deles. Zaqueu também.

O segundo grupo é chamado de grupo dos pecadores. Dentro da história de Israel foi se criando uma cultura de pureza e impureza. As regras de pureza se aplicavam em três esferas: 

  • a mesa (alimentação)
  • em casa (relações entre homem e mulher)
  • e o templo

Os fariseus adotavam e zelavam por essa cultura. Os essênios também. Os saduceus, no entanto, observavam esse preceito apenas no templo. As únicas pessoas que eram consideradas puras, naquela época, eram: os sacerdotes, levitas e israelitas legítimos filho de pais hebreus legítimos. Se um judeu casasse com uma estrangeira, por exemplo, o filho dele já nascia impuro, portanto, pecador.

Além disso, haviam algumas profissões, que eram considerados totalmente impuras. Um açougueiro, que não tinha uma profissão muito promissora em Jerusalém, mas que em Gadara era muito procurado, era considerado impuro ao extremo, porque constantemente estava em contato com sangue dos animais, ao desossar e cortas suas carnes… Médicos que entrassem em contato com sangue também ficavam impuros. Dentistas, a mesma coisa! Quem não observasse as leis levíticas corretamente, era tido como impuro também. 

E os Fariseus, que é o 3º grupo para quem Jesus está falando, era o grupo daqueles que observavam a lei de Moisés diligentemente!

Zelavam à risca por todas as questões de pureza fornecida no livro de Levítico. E por estarem tão freneticamente voltados para essa cultura, se esqueceram da misericórdia! Na verdade, se esqueceram dos dois principais mandamentos. Ou seja, se esqueceram do mais importante!

Eles não passavam de hipócritas. Eles só queriam ser vistos pela seu excesso de santidade… E esse era o grupo dos fariseus.

O 4o grupo para quem Jesus está falando é o grupo dos Escribas. Eles eram os teólogos do tempo do primeiro século. Mas mais do que isso, eles também trabalhavam no fórum de Israel. Eles interpretavam toda a lei e repassavam aos sacerdotes, levitas, leigos… Os Escribas e os Fariseus eram simpatizantes entre si. Eles trabalharam juntos para condenar Jesus.

No livro chamado “A Enciclopédia de Jesus”, o autor aponta que os escribas consideravam que as palavras deles eram superiores às palavras que estavam na Lei, porque eles interpretavam a lei e forneciam a religião, os preceitos todos mastigadinhos. Assim, eles estudavam a lei, interpretavam-a e compartilhavam seus conhecimentos com os chefes dos fariseus!

Portanto, temos aqui esses quatro grupos ali representados! De repente, dois desses grupos aí começam a reclamar com Jesus. Os Fariseus e os Escribas levantaram uma crítica mais ou menos assim: 

- “Puxa! Jesus come com pecadores e publicados, isto é, com aqueles impuros que a lei de Moisés condena!"

Agora, repare bem numa coisa! Conforme você lê a Palavra de Deus, você vai perceber que, por onde ia, esses dois grupos da elite (per)seguiam a Jesus!

Sabemos pela Escritura que os fariseus também pertenciam a um grupo político. Por isso, deduzimos que havia muito interesse para eles terem um homem em Israel, famoso e influente, que ainda multiplica pão, mata a fome o povo, cura as doenças do povo. Tira a miséria e sofrimento de muitos. Jesus era o candidato ideal para qualquer partido político! Era tudo um grupo político precisava! 

- "A gente precisa desse Jesus junto com a gente! Vamos fazer de tudo para agregá-lo no partido!" Era o que, inicialmente, pensava aqueles homens da elite. 

Imagino que Jesus, ao ver essa cena, decidiu ensinar três histórias para eles! E começou a pronunciar as três parábolas da misericórdia -esse capítulo é muito conhecido como as três parábolas da misericórdia- E acontece que, quando Jesus começa a pronuncia-las, cita em primeiro lugar a parábola da ovelha!

Nós encontramos em diversas passagens na Bíblia, pensamentos que expõe nosso Deus como pastor. Nosso Senhor é o pastor que resgata Israel -ocorre que até mesmo a profissão do pastor era visto pelos fariseus como uma profissão impura também. Neste sentido, Jesus é o pastor que veio para resgatar as ovelhas de Israel, mas não só as ovelhas de Israel com também as ovelhas de outro curral. Nós vemos isso na Escritura!

Algo que vale a pena destacar é que há uma razão especial pela qual Jesus coloca uma ovelha na sua parábola! É sabido pelos homens do campo que uma ovelha não enxerga tão bem quanto outros animais. Ela é míope por natureza e, portanto, não consegue enxergar muito bem na sua frente. Ao sair para pastar, ela não consegue enxergar que pode haver um penhasco à sua frente. De fato, ela não enxerga bem! 

O segundo aspecto que podemos destacar é que uma ovelha não tem um bom olfato. Ela não consegue sentir o cheiro do predador que está vindo! Nem sentir o cheiro dos cães, dos lobos, dos ursos que se aproximam! Enfim, ela não consegue sentir o cheiro do perigo, do tipo: hmmmm! tô sentindo o cheiro do cão!  

Um terceiro aspecto é que a ovelha, apesar de ouvir bem a voz do seu pastor, não consegue ouvir os animais predadores, pois são mais sorrateiros. De fato, uma ovelha não consegue ouvir a proximidade do inimigo! Mas como disse, graças a Deus, ela ouve bem a voz do seu pastor! E isso é o meio principal que pode lhe salvar!

Repare que esses detalhes estão inclusos nas entrelinhas desta parábola porque Jesus quer que saibamos que precisamos de um pastor. O pastor, que notavelmente é mencionado no Salmo 23, carrega dois instrumentos consigo: uma  vara e um cajado! A vara tem ponta afiada e é usada para expulsar os predadores. O cajado tem a ponta em forma de gancho e é usado para colocar a ovelha de volta no caminho certo!

Em suma, acredito que Jesus está querendo dizer nessa parábola que a ovelha se separou do rebanho e está perdida. E ele é o pastor que resgata a ovelha!

Dado o contexto, é crucial fazer a pergunta: Uma ovelha pode se perder ou não pode se perder? Sim! Claro que sim! Minha gente, até formiga pode se perder! Quando era criança, algumas vezes desfiz o caminho das formigas passando o dedo em suas vias. Era notável que elas ficavam todas desorientadas. Assim, da mesma forma, é com uma ovelha! Ela se perde no caminho, se perde do rebanho e se não for resgatada o quanto antes, perecerá!

Então, quando Jesus pronuncia a parábola da ovelha perdida, Ele está querendo dizer que a ovelha representa aquele que está perdido e sabe que está perdido. A ovelha dessa parábola são os publicanos e os pecadores! Eles estão perdidos e sabem que estão perdidos!

Em seguida, Jesus conta uma segunda parábola: A parábola da moeda perdida.

Uma moeda não tem nada a ver com ovelha. Moeda não vê, não sente cheiro, não ouve… O único ponto em comum é que uma moeda também pode estar perdida. Na parábola de Jesus, a moeda foi perdida dentro de casa e sua dona, está a sua procura! 

Ela tinha 10 moedas e percebeu que lhe faltava uma. Naqueles tempos, uma moeda representava um dia inteiro de trabalho! Era algo precioso! Portanto, a mulher saiu à procurar. Busca uma vassoura e começa a varrer a casa toda, até que encontra a moeda que perdeu!

Podemos afirmar que Jesus está querendo mostrar nesta parábola que existem pessoas que estão perdidas dentro de casa, mas que não sabem que estão perdidas dentro de casa!

O primeiro grupo, representado pela ovelha, está perdido lá fora e sabe que está perdido lá fora. Este é o grupo dos publicanos e pecadores. O segundo grupo, representado pela moeda, está perdido dentro de casa e não sabe o que está perdido dentro de casa. Este é o grupo dos fariseus e dos escribas.  

Por último, Jesus vem e conta mais uma história. A terceira parábola da misericórdia. A parábola mais querida dos pregadores evangelistas!

A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO.

Vamos tentar entender suas as implicações. Em primeiro lugar, lemos que o filho mais novo se perdeu. Mas antes dele se perder, ele solicita a herança antecipada. Isso não era uma coisa muito comum naqueles dias. Isso significa que quando um filho solicitava a herança antecipada para um pai, na verdade, ele estava decretando a morte do pai antecipadamente! Ele pouco se importava pela vida de seu pai! É a atitude de um filho em rebeldia. 

Agora, em segundo lugar, é que na ausência do pai -ou na falta de sensatez do mesmo- o filho mais velho tinha a responsabilidade de cuidar dos bens, das propriedades, dos negócios e dos afazeres do pai. Ao perceber qualquer abuso, naturalmente, ele poderia ter assumido seu lugar e dado uma bronca no irmão mais novo. Mas não é o que vemos aqui. O filho mais velho se cala. Se omite. Não age e nem fala nada! Deixa o irmão mais novo fazer o que quer fazer! E nós vamos entender uma coisa aqui!

Repare que o versículo 11 e 12 deste capítulo 15 de Lucas, vai nos dizer que não apenas o filho mais novo ficou com uma parte da herança, como o filho mais velho também. Veja que encontramos a frase no plural, não é mesmo?

“e Jesus continuou dizendo: um homem tinha dois filhos, o mais novo disse ao seu pai: pai quero minha parte da herança. Assim, ele repartiu sua propriedade entre ELES”

Tá no plural! Ou seja, o filho mais velho também pegou a sua parte! E olha só que coisa! Às vezes, lemos o texto e isso nos passa desapercebido. Perceba como o silêncio do filho mais velho é comprometedor! Aquele que deveria ter cuidado dos negócios do pai e aconselhado o irmão mais novo permaneceu calado!  Isso é chocante! A falta de cuidado com o próximo é perturbador!

Note que a única diferença entre esses irmãos é que o mais novo era mais sincero em sua pecaminosidade. O filho caçula não teve medo de expor as suas palavras erradas, seus sentimentos inadequados e suas atitudes incorretas, enquanto que o filho mais velho disfarça tudo isso. Na verdade, quando fazemos a leitura correta desse texto, percebemos que ele também tinha problema com o pai, mas disfarçou seu coração e seguiu-se hipócrita!

Nisso constatamos que às vezes é muito mais fácil lidar e tratar a sinceridade de um pecador do que lidar e tratar com a hipocrisia de um santo. Creio que é isso que Jesus está querendo dizer nessa parábola. "Fariseu. Escriba. É melhor ver, sentir, conhecer e tratar com a sinceridade de um pecador do que lidar com a falsidade e hipocrisia de um 'santo' do pau oco."

Não estou dizendo, entretanto, que todo pecador é sincero e que santos são hipócritas. Estou dizendo que ambos são pecadores, mas um assumiu que tinha problema com pai e o outro escondeu! Um, perdido fora de casa. Outro, perdido dentro de casa! Um é a ovelha. O outro, é a moeda. 

Mas, de repente, o que estava perdido fora, é achado! Sente o desejo de voltar a casa de seu pai e é achado! Encontra o pai amoroso, de braços abertos, esperando e correndo ao seu encontro! Abraça-o. Envolve-o. E enche de misericórdia, perdão e amor, e convida-o para para entrar novamente em casa.

Não o acusa. Não o condena. Não é rude. Não o castiga. Mas o convida para vestir a
melhor roupa, para colocar o mais caro anel e fazerem uma nova aliança. Convida-o para vestir sapatos novos, indicando que a nova caminhada só começou!

Esse é o amor incondicional de um pai celestial que se manifesta ao pecador que se se arrepende e se quebranta!

Interessante, é que quando o pai dá uma grande festa para o filho que se perdeu, o filho mais velho chega em casa, depois de um longo dia de trabalho, e ouve de longe o som da música. Vê de longe o ritmo da dança! E logo pergunta:

- “O que tá acontecendo aqui? O que é isso?"

Chama um dos servos e pergunta: "O que tá rolando?" 

O servo responde: "teu irmão voltou! E seu pai tá alegre demais. Matou um cordeiro e tá dando um churrascão aqui. Toda família está comemorando. Vem celebrar com a gente!" O filho mais velho se remói por dentro e pensa: "poxa eu nunca fui embora… trabalho a vida inteira para meu pai e ele nunca me deu uma festa!" Assim, conforme vemos no relato bíblico, há uma conversa entre o filho mais velho e seu pai, no portão da sua casa.

o Pai que vai até o portão, diz: meu filho porque você não quer entrar? Aquele teu irmão estava morto e reviveu e estava perdido e foi achado!

O portão é exatamente o local que separa os fariseus e os escribas dos publicanos e pecadores. O grupo dos publicanos e pecadores é representado pelo filho mais novo. Eles estão do lado de dentro recebendo a Palavra. A Palavra que acolhe, perdoa, limpa e purifica o homem. O grupo dos fariseus e escribas é representado pelo filho mais velho. Eles se recusam a entrar e receber a Palavra. 

Em conclusão, há duas morais nessa história. Primeira: Há pessoas que se perdem dentro e a pessoas que se perdem fora! Segunda: eu tenho alguém à minha procura. Ovelha ou moeda, ou seja, perdido fora ou dentro de casa, eu tenho um Pai Celestial que quer me salvar!

E essa é a mensagem de Jesus!

— — — — — —

APLICAÇÃO:

“Fugir de Deus” é tão antigo quanto a humanidade. É a história no centro da Bíblia. É a nossa história.


1. Adão e Eva escondidos atrás dos arbustos no jardim, escondidos do Deus que os criou, foram os primeiros a querer f
ugir do amor e do relacionamento com Deus. Eles quiseram seguir seu próprio caminho. 

Mas Deus veio andando no jardim no frescor do dia e gritou para eles: “Onde você estão?” E Deus os encontrou, por amor a eles.

2. Jonas recebeu a palavra do Senhor, que dizia: “Levanta-te, vai para o leste para Nínive”. Mas Jonas fugiu da presença de Deus. Ele entrou em um navio e foi para o oeste—“longe da presença de Deus”. Mas Deus encontrou Jonas, por amor a ele.

3. Saulo de Tarso, a caminho da cidade de Damasco, ansiando ameaçar e  assassinar os discípulos de Jesus, de repente, se encontrou com o Cristo ressuscitado. Saulo estava fugindo de Deus mas Deus o encontrou e mudou a vida dele.

A tradição bíblica tá aí! Faz parte da condição humana fugir de Deus e viver por conta própria. O homem deseja ser autossuficiente e estar no controle de sua própria vida, vivendo separado da realidade de Deus.

A Bíblia chama isso de pecado. Mas a fé bíblica também proclama que o Deus que nos ama está sempre lá, procurando por nós, pronto para nos perdoar e restaurar ao relacionamento com Deus.

O salmista no Salmo 139 expressa: “para onde fugirei da Tua presença” se Deus é inevitável?

O teólogo Paul Tillich disse que é "realidade da nossa condição humana fugir de Deus, de estar sozinho, de viver no mundo como se Deus não estivesse aqui". Mas Tillich também escreveu: “Fugir para as trevas para esquecer de Deus não é escapar de Deus. Por um tempo, podemos ser capazes de expulsar Deus da nossa consciência, rejeitar a Deus, refutar a Deus, argumentar de forma convincente pela inexistência de Deus, [ou] viver confortavelmente sem Deus.” Mas, em última análise, argumentou Tillich, não é Deus a quem rejeitamos e esquecemos, mas sim alguma imagem distorcida de Deus. Porque Deus, que é realmente Deus, é inevitável. Portanto, não há lugar onde se possa se esconder ou escapar da presença de Deus. Mesmo que tentemos “fugir” de Deus por medo, culpa ou dúvida, Deus ainda está lá. Mesmo nos lugares mais tenebrosos, Deus está lá. Isso pode parecer assustador, mas é uma boa notícia. Deus está lá para nos segurar firmes”. 

Isso não se trata de medo, mas de confiança — a confiança de que nada pode nos separar da presença amorosa de Deus.

Onde quer que vamos, aconteça o que acontecer conosco, Deus está lá.

3. Deus não está apenas presente, mas Deus também nos conhece:

Ainda no Salmo 139. vs 1 e 2 lemos:

 Senhor, tu me sondas e me conheces. 2. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos. (Salmo 139:1-2).

Deus nos conhece completamente—Nele existimos, vivemos, nos movemos. Pensamos, dizemos e fazemos. Isso significa que Deus nos ama o suficiente para prestar atenção em nós momento a momento—como um pai se preocupa com uma criança.

Então, por que fugimos de Deus? O que nos afasta de Deus?

Viver numa era tecnológica rica como a nossa, é fácil para as coisas materiais e o consumo destas coisas tomarem o centro do palco. Dinheiro, sucesso e outras coisas levam facilmente à suposição de que somos mestres feitos por nós mesmos do nosso próprio destino. Mas às vezes, as pessoas também fogem de imagens distorcidas de Deus ou da igreja. Eles foram feridos por teologia ruim ou por falsos cristãos na igreja que abusaram deles.

Essas imagens distorcidas de Deus podem incluir: um Deus raivoso, um Deus de medo, de regras rígidas e cheio de legalismos. Na presença dessas imagens distorcidas de Deus, a graça pode ser facilmente perdida ou minimizada. 

Imagens distorcidas de Deus e igrejas insalubres ou abusivas causam muito dano às pessoas. Portanto, às vezes fugimos de Deus porque estamos fugindo de visões distorcidas de Deus.

C. “Eu vou te encontrar.”

Para onde posso fugir do seu espírito, ó Deus? Para onde posso fugir da sua presença? “Em nenhum lugar”, diz o salmista.

Essa é a poderosa boa notícia do evangelho no Salmo 139. A presença de Deus pode inspirar medo ou temor santo, mas, em última análise, é um presente de Deus para nós.

Chamamos isso de graça—o amor de Deus que nos deu a conhecer em Jesus Cristo. Esta é uma boa notícia. 

Eu vou Te encontrar, diz o Senhor! Pois, nada pode te separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus!

Creio que essa é a mensagem de Deus para nós, hoje. 

Oração: (ore ao Senhor)

OBS: Na primeira parábola de Lucas 15, quando o Deus pastor encontra a ovelha perdida, há uma grande alegria no céu, porque Deus, realmente nos ama muito. Talvez a sua ovelha perdida seja a oração, o quebrantamento, a adoração a paixão por Jesus, o amor, a fé, a pureza, a alegria… Ore por isso! Creia que hoje é o dia de você correr atrás daquilo que esta perdido!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Da Genealogia para a Geografia - Mateus 2.19-23

 Da Genealogia para a Geografia - Mateus 2.19-23 INTRODUÇÃO: Mesmo que o Advento e o Natal tenham terminado, ainda temos uma passagem em n...